13.1.09

O bambambã do "sim"

Cenário de 500 matrimônios a cada ano, a Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim América, é sinônimo de casamento chique. Porém, nos últimos tempos, tem sido mais trabalhoso subir ao seu dourado altar. Nada a ver com a concorrida agenda (a média é de cinco cerimônias aos sábados e três às sextas) ou com os 1.400 reais cobrados por casório. Deve-se, na verdade, às mudanças promovidas no último ano, após a chegada do padre Michelino Roberto.

A principal delas diz respeito ao curso preparatório para noivos, que dura um fim de semana e oferece instruções básicas e uma reflexão rápida sobre o sentido do matrimônio. Apesar de essa opção ainda existir, a maior parte dos casais agora escolhe o formato adotado desde a chegada do novo pároco. Consiste num misto de encontro de casais, catecismo e aconselhamento espiritual, com duração média de um ano.

Ao longo desse período, são realizados encontros quinzenais com duas horas de palestras seguidas de debates sobre vida conjugal e religião. "Às vezes há discussões acaloradas", afirma ele, que se diz incomodado com a imagem comercial que costuma ser associada a sua paróquia. O primeiro reflexo, segundo o padre, foi o aumento da quantidade de nubentes que optam por comungar durante a cerimônia, atualmente em torno de 90%, pelos seus cálculos. "Fico muito contente quando re-encontro recém-casados nas missas de domingo."

Assumir o comando de um dos mais tradicionais endereços católicos de São Paulo possibilitou ao padre maior contato com seu rebanho – o que, aliás, é parte de sua popularidade. Faz o possível para conhecer pessoalmente todos os recém-chegados à Nossa Senhora do Brasil, que ele logo conquista com seu jeito simpático.

Boa parte de seus doze anos de sacerdócio, no entanto, foi vivida nos bastidores ou em carteiras escolares. Cursou filosofia, história e direito antes de embarcar para Roma, onde estudou jornalismo. Emendou uma pós-graduação nos Estados Unidos e, de volta à Itália, tornou-se editor da agência de notícias Fides, do Vaticano. Retornou à cidade natal em 2006.

Aqui, além de fazer um doutorado, atuou como pároco da São Vito, no Brás, e chefiou a assessoria de imprensa da arquidiocese durante a visita do papa Bento XVI, em maio do ano seguinte. Chegou à reluzente esquina da Avenida Brasil com a Rua Colômbia em setembro de 2007. Na sua folga semanal, às quartas-feiras, prova que o cão é o melhor amigo do homem de batina: adora correr no Ibirapuera com seu golden retriever, Léo. "Foi uma grata surpresa perceber que havia bastante gente interessada em ouvir falar de Deus."


qtos pastores c/ 4 faculdades vc conhece? ou isso não faz nenhuma diferença?

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