Como cobrir guerras sem provocar outras? Como descrever os resultados do ódio sem aumentá-lo? O grande desafio do jornalista em zonas de conflito é pormenorizar o horror para acabar com o horror. Tarefa sobre-humana: impossível ignorar sentimentos, preferências, preconceitos ou fingir objetividade diante da dor.
Jornalistas não são máquinas de escrever. As guerras contemporâneas são conjunto de batalhas, geralmente curtas, grande é a rotatividade dos enviados às frentes de combate. Todos mais ou menos novatos, veteranos tentariam ser mais frios, o público quer sentir as emoções do terreno.
O fator de equilíbrio é o veículo. Cabe ao jornal, revista, rádiojornal, telejornal ou portal de internet abrigar e comparar divergências, somar pontos de vista, exibir o amplo espectro da controvérsia. Juntar interpretações – geralmente encontradas a boa distância das ocorrências – com as vivências in loco. Veicular opiniões e colocá-las a serviço da racionalidade.
Se as partes não oferecerem um mínimo de credibilidade, o conjunto ficará claudicante. O jornalismo é um processo orgânico e não uma colcha de retalhos, desigual. Leia +.
Alberto Dines, no site Observatório da Imprensa.
6.1.09
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