Na primeira sessão, vereadores discutem imóveis irregulares espalhados pela capital e querem apurar licenças
Fábio Leite, do Jornal da Tarde
SÃO PAULO - Na primeira sessão do ano da Câmara Municipal, o centrão - bloco formado por PMDB, PTB, PR e outra legendas - e a oposição protocolaram três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) "espinhosas" para o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Um pedido, apresentado ontem pelo vereador Adilson Amadeu (PTB), propõe investigar licenças dos templos religiosos, após o desabamento da Igreja Renascer, no Cambuci, no dia 18. Na tragédia, nove mulheres morreram e mais de cem pessoas ficaram feridas.
Para protocolar uma CPI são necessárias 19 assinaturas mas, para funcionar, é preciso ter 28 votos de 55 possíveis. O pedido de investigação das igrejas irritou o líder do DEM e evangélico Carlos Apolinário. "Não vi o mesmo empenho dos vereadores em outros casos de desabamento." Aurélio Miguel (PR) pediu CPI mais abrangente, com apuração de irregulares em todos os imóveis. "É a forma que temos de pressionar para trazer legalidade à cidade."
Antonio Donato (PT) ressuscitou a CPI sobre denúncias de corrupção. "A CPI surge a partir da máfia na (Subprefeitura da) Mooca, mas o Ministério Público já investiga outras cinco subprefeituras." A comissão foi barrada no ano passado. Donato disse que agora há "condições políticas" para aprová-la. "Acho que tem um nervosismo do centrão. Pode ser pelos cargos na subprefeitura, não sei."
Integrantes do centrão, Adilson Amadeu e Aurélio Miguel rechaçam pressão política nas CPIs. "Há um fato determinado", disse Amadeu, sobre a tragédia da Renascer. O líder do governo, José Police Neto (PSDB), minimizou. "Se tivessem 30 CPIs, eu ficaria preocupado, mas são só três."
Perícia
Os peritos da Polícia Científica terminaram ontem o trabalho de campo no templo da Renascer. O laudo da perícia, iniciada no dia 19, deve sair em 30 dias. Foram retiradas 8 das 14 tesouras - estruturas que sustentam o telhado. Elas foram remontadas no estacionamento. A partir de agora, as investigações seguem no Instituto de Criminalística, no Butantã.
Ainda não há data definida para que moradores das casas no entorno do templo possam retornar. Ao todo, nove imóveis tiveram de ser interditados. O que sobrou do templo terá de ser demolido.
(Colaborou Vitor Sorano, do Jornal da Tarde.)
Via: Estadão.com.br
Um comentário:
Até que em fim os vereadores vão ter o que fazer(sic), eu quis dizer vão dar o que fazer.
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