De acordo com Isaacson, apesar de o setor estar vivendo um período difícil, nunca os jornais tiveram tantos leitores. O conteúdo é mais popular do que nunca, especialmente entre os jovens. O problema é que as pessoas não estão pagando por isso e as organizações estão distribuindo notícias de graça por aí.
Segundo ele, um estudo da Pew Research Center constatou que o número de pessoas que leu notícias na web no ano passado é maior do que o número de pessoas que pagou pelo serviço, comprando jornais e revistas. Porém, segundo Walter, não há como culpá-los. Conforme o modelo atual, qualquer pessoa se sentiria um idiota pagando pelo serviço quando se tem uma gama de informações na web de graça.
Modelo de negócios sem sentido
Isaacson argumenta que o modelo de negócios dos jornais e revistas online hoje não faz sentido. A sobrevivência por meio dos anunciantes é uma prática que foi criada durante o boom da internet, quando os anúncios online caminhavam bem e esse era o futuro. Porém, quando a publicidade online caiu, no quarto trimestre de 2008, esse tipo de "jornalismo de graça" perdeu o sentido.
Atualmente, segundo ele, os jornais têm três formas de obter receitas: vendas em banca, cadastros de acessos online e publicidade. Walter acusa os jornais de "estarem focados apenas na última forma, e com isso, estarem submissos à publicidade, o que fere a idéia de bom jornalismo".
Walter Isaacson afirma que será preciso encontrar, além de um novo formato de cobrança do conteúdo online, uma forma segura e eficiente para que o consumidor faça seus pagamentos por meio da própria internet. Ele afirma que os que já existem (PayPal, Flooz, Beenz, CyberCash, entre outros) ou são muito caros, ou complexos, ou ainda, inseguros. Ele faz um desafio: "Em uma época em que os jovens estão acostumados a gastar 10 centavos em uma mensagem de celular, porque eles não gastariam 20 em um podcast, revista ou jornal?"
Ele usa os exemplos de Steve Jobs, com o iTunes, e de Jeff Bezos, com o leitor de livros eletrônicos Kindle para provar sua tese de que, se o conteúdo for bom e a forma de aquisição simples, as pessoas serão capazes de comprar. Ele afirma que "os grandes portais e os provedores são os únicos a ganhar com o jornalismo de graça, afinal cobram uma taxa de assinatura para que o usuário se conecte à grande rede."
Para finalizar, Isaacson afirma que ama o jornalismo e por isso não quer ser visto como vilão, mas pensa que é necessário que o consumidor valorize o conteúdo que está consumindo. Segundo ele, "o jornalismo não pode ser baseado apenas em receitas publicitárias, mas na necessidade de valorização dos consumidores - permitirá que os meios de comunicação social definam sua verdadeira bússola para o jornalismo, que deve ser sempre sobre isso."
fonte: Adnews [com informações da Revista Time]
3 comentários:
Isso me lembrou a TV online do Caio Fabio, a Vem&VêTv que fez até pesquisa no site para ver quem bancava o conteúdo exclusivo da TV, compraram a idéia e meses depois um artigo do Caio acusando seus leitores de não assinarem a tal TV.
Para complementar, acessei o site do Caio agora e a TV que era para ser bancado e teria conteúdo exclusivo esta aberta a todos, apenas fazer um cadastro para obter usuário e senha.
Concordo com o cara em que quem trabalha nessa área deva cobrar pelo seu serviço. Sentiria falta de acompanhar os principais jornais do mundo pela internet. Mas em compensacao na estaria tirando a comida desses profissionais.
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