Salmo 23 é um dos textos mais conhecidos da Bíblia. O seu primeiro versículo está estampado em toda parte, principalmente em adesivos colados nos vidros dos carros que circulam pelas nossas cidades.
Se o leitor parar a leitura agora, fechar os olhos e recitá-lo, é quase certo que o faça assim: “O Senhor é meu pastor, e nada me faltará.” Entretanto se abrirmos a Bíblia vamos verificar que não é bem assim que está lá. Vamos conferir: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” Faz diferença? Faz. O artigo definido "o", em “o meu pastor”, determina o pastor. A falta desse artigo o indetermina. É como se disséssemos “é um pastor”; um, dentre outros. Um outro problema é que a conjunção aditiva "e", em “e nada me faltará”, nos dá uma idéia de adição, soma: “O Senhor é meu pastor e [além disso] nada me faltará.” Ocorre que a idéia que o versículo transmite não é de adição e, sim, de conclusão: “O Senhor é o meu pastor; [logo, portanto] nada me faltará.”
Se repetíssemos com o versículo 2 o mesmo procedimento adotado no anterior, tenho quase certeza de que o leitor repetiria: “... guia-me mansamente às águas tranqüilas.” De novo, não confere. O texto diz: “... guia-me mansamente a águas tranqüilas.” E continua fazendo diferença. Enquanto no primeiro versículo retirou-se o artigo, no segundo, acrescentou-se. As águas não são determinadas. A ovelha não é guiada sempre às mesmas águas, mas a águas que têm uma característica: são tranqüilas.
Uma outra curiosidade é que, quase sempre, quando alguém faz a leitura do salmo na Versão Revisada, lê o versículo 5: “... o meu cálice transborda.” Só que essa versão usou a forma variante “trasborda”. O difícil é enxergá-la na hora da leitura.
A partir de agora, sempre que recitarmos o Salmo 23, sejamos fiéis ao texto.
Adalberto Alves de Sousa, no Prazer da Palavra.
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Um comentário:
pô , ele tá certo, ai de mim.
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