Tem culpa a mídia?

De acordo com o presidente da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), Abram Szajman, o brasileiro adiará suas compras, especialmente de bens duráveis, até passar o efeito psicológico da crise.

Para ele, o trabalhador está receoso, devido ao grande alarde sobre o assunto feito pela mídia. "A mídia está assustando e o trabalhador fica com receio. A cabeça das pessoas começa a postergar as compras. Quem quer comprar um carro vai esperar até março ou abril para ver se a coisa fica mais barata. Ele vai continuar com seu televisor comum em vez de plasma", afirmou.

Como exemplo de sua teoria, Szajman utiliza a indústria automobilística, que, segundo ele, está vivendo um momento de ajuste, já que em 2008 foram produzidos 2,8 milhões de automóveis.

Ainda segundo afirmou o presidente da Fecomercio-SP à Agência Sebrae, apesar das dificuldades enfrentadas por alguns setores, o Brasil se encontra hoje em uma posição mais confortável de reserva de dólares e sistema financeiro intacto, pois teria aprendido a ter um comportamento mais adequado nas épocas de inflação alta.

Além disso, lembrou, o endividamento no Brasil, que corresponde a 40% do PIB (Produto Interno Bruto), é baixo quando comparado a outras localidades, como os Estados Unidos e a Europa, onde chega a 160% e 120% do PIB, respectivamente.

No que diz respeito ao mercado de trabalho, Szajman informa que o comércio, ao contrário do ocorrido com a indústria de bens duráveis, ainda não começou a desempregar e não passará por uma situação de desemprego exagerada, "apenas uma situação de ajuste muito pequena."

fonte: Varejista