3.3.09

Santas e Sedutoras


Santas e sedutoras: as heroínas na Bíblia hebraica - a mulher entre as narrativas bíblicas e a literatura patrística - Eliézer Serra Braga.

O objetivo desta dissertação é a análise, por meio de abordagem sócioliterária, da caracterização que a Bíblia Hebraica faz de três mulheres, ou grupos de mulheres, personagens de suas narrativas. Procurar-se-á entender seu comportamento sexual e sua moralidade em contraste com as exigências feitas sobre a mulher em partes desta mesma Bíblia, considerando-se a importância da mulher para as tradições da formação de Israel. Procurar-se-á também estabelecer algum contraste, ainda que superficialmente, entre o julgamento que faz o narrador bíblico quanto ao comportamento pouco ortodoxo destas mulheres e os pressupostos do judaísmo rabínico e dos primeiros pensadores do cristianismo e sua interpretação quanto a este tipo de comportamento feminino. Serão elas, as Filhas de Ló e sua relação incestuosa, Tamar, nora de Judá e sua prostituição, e a saga de Noemi e Rute no episódio da sedução de Boaz. A Bíblia Hebraica é a principal fonte de inspiração para as três religiões mais influentes e de maior capacidade de expansão no mundo desde o século II da E.C. (Era Comum). A formação sócio-cultural de grande parte do oriente e de todo o ocidente encontrou seus fundamentos nelas, as quais são: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Considerando-se a importância do comportamento social feminino para tais religiões, será importante procurar entender o que a Bíblia Hebraica tem a dizer sobre quais devam ser os valores que o fundamentam. As atitudes sociais são profundamente influenciadas pela maneira como se concebe a divindade. Sendo assim, torna-se extremamente relevante para o ocidente cristão, entender como, especialmente o judaísmo e o cristianismo, interpretaram os textos bíblicos no que concerne às mulheres presentes nas narrativas bíblicas, para que se possa eliminar as diferenças e injustiças motivadas por interpretações religiosas equivocadas. Ao levar-se em consideração o notável "androcentrismo" dos autores, revisores e editores bíblicos, que segundo alguns críticos foi uma das marcas que caracterizaram sua religiosidade, determinando a forma como escreveram seus textos, e considerando-se ainda a misoginia na forma como ela se apresenta na arte da interpretação dos textos bíblicos até recentemente, é importante descobrir se a religiosidade cristã ocidental não está equivocadamente apoiada sobre fundamentos preconceituosos disfarçados de conceitos religiosos atribuídos à revelação divina, graças a interpretações até mesmo interessadas das intenções dos autores bíblicos com respeito à mulher.

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Minha primeira colaboração com o Pavablog. E não é o mesmo Eliézer da postagem, é outro...

4 comentários:

Camila disse...

Oi, Eliézer!
Ainda não li o texto mencionado, mas sua problemática lembrou-me um outro texto, desta vez literário, chamado: "A mulher que escreveu a Bíblia", do Moacyr Scliar.
Divertidíssimo, criativo e apaixonado.
Recomendo!
Um abraço e seja bem-vindo ao time!

Pavarini disse...

welcome eliézer.

após inúmeros e recorrentes comentários de que o blog não é "edificante", imaginei que um arquiteto no time seria uma boa pedida. rsrs

abraço

ps.: só queria saber se a escolha da cor vinho p/ os comentários foi, digamos, subliminar. :P

Eliézer disse...

Eu quem me sinto honrado em fazer parte dessa subversão necessária !
Grato pelas boas-vindas !

Eliézer disse...

Olá Pava !

Pelo menos, se a "casa cair", já tem em quem colocar a culpa, Kkkkkk...

A côr escolhida foi alusiva a uma de minhas bebidas favoritas: o vinho. Não pedi para usar o amarelo-ouro, alusivo a cerveja, pois a paleta de cores do blogspot não tem essa côr...

Grato pela acolhida !

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