23.4.09

Diário de uma doméstica (2)

Aproveitando a ausência dos patrões, Dircinéia pega o telefone e fofoca com a amiga Craudete:

- Cê num sabe da úrtima? Eu discubri que aqui nessa mansão que eu trabaio é tudo fachada!

- Como assim, Dircinéia? - pergunta a colega, confusa.

- Nada aqui é dos patrão! Tudo é imprestado! TUDO! Cê cridita numa coisa dessas? Óia só: a rôpa que o patrão usa é dum tar de Armani... A gravata é de um tar de Pierre Cardan... O carro é de uma tar de Mercedes... nadica de nada é deles.

- Nooooossa, que pobreza!

- E além de pobre, eles são muito ixibidos. Magina que ôtro dia eu escutei o patrão no telefone falano que tinha um Picasso

- E num tem? - Que nada, fia... é piquinininho de dá dó...

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