A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo distribuiu a escolas um livro com conteúdo sexual e palavrões, para ser usado como material de apoio por alunos da terceira série do ensino fundamental (faixa etária de nove anos).
A gestão José Serra (PSDB) afirmou ontem que houve "falha" na escolha, pois o material é "inadequado para alunos desta idade", e que já determinou o recolhimento da obra.
O livro ("Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol") é recheado com expressões como "chupa rola", "cu" e "chupava ela todinha". São 11 histórias em quadrinhos, feitas por diferentes artistas, que abordam temas relacionados a futebol -algumas usam também conotação sexual. A editora Via Lettera afirma que a obra é voltada a adultos e adolescentes.
A pasta distribuiu 1.216 exemplares, que seriam usados como material de apoio para a alfabetização dos estudantes, dentro do programa Ler e Escrever (uma das bandeiras do governo na educação).
Nesse programa, os estudantes podem usar o material na biblioteca, na aula ou levar para casa. O livro começou a ser entregue na semana passada.É o segundo caso neste ano de problemas no material enviado às escolas. A Folha revelou em março que alunos da sexta série receberam livro em que o Paraguai aparecia duas vezes no mapa.
"Os erros revelam um descuido do governo na preparação e escolha dos materiais", afirmou a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Angela Soligo.
"Há um constante ataque do governo contra os professores e a formação deles. Mas o governo coloca à disposição dos docentes ferramentas frágeis de trabalho", disse Soligo.
O cartunista Caco Galhardo, autor da história mais criticada do livro por professores, disse que a obra não era destinada a alunos. Caco é quadrinista da Folha.
FOLHA - A sua história era para crianças de nove anos?
CACO GALHARDO - Imagina. É uma HQ [história em quadrinhos] justamente para não ir para escola. Há um movimento de se colocar quadrinhos nas aulas, porque é uma linguagem acessível para a molecada. Fiz uma adaptação do Dom Quixote que foi para várias escolas. Mas os caras têm de ter critério para ver qual quadrinho colocar. Nessa eu tirei sarro de uma mesa-redonda.
FOLHA - Sabe como foi parar nas escolas?
GALHARDO - O cara que escolheu não leu o livro.
fonte: Folha de S.Paulo
8 comentários:
não acredito no autor!... ele sabia também!... recebeu um bom dinheiro para autorizar a publicaçao do material!
Isso é o que eu chamo de incompetência!!! Esse Paulo Renato já provou que ele e educação não combinam... Os tucanos tem que parar de dar emprego pra esse cara, pq afinal de contas quem paga eles somos nós!!!
incompetência é a atuação do PT na educação, premiando as "universidades-empresas" e tirando qualidade do ENEM.
Paulo Renato fez muita coisa boa, ser atacado por petista é atestado de idoneidade.
Autor politicamente correto...
CACO GALHARDO disse em seu blog: O jornal de hoje está recheado. Primeiro a trapalhada do governo e que me diz respeito. Faz não sei quantos anos que desenhei uma HQ para uma coletânea de quadrinhos sobre futebol, o "DEZ NA ÁREA, UM NA BANHEIRA E NENHUM NO GOL". O álbum é bacana, tem um bando de gente legal participando e várias HQs ótimas. A minha é uma tiração de sarro das mesas redondas de futebol, em que misturo sexo como linguajar do futebol. Uma putaria sem fim, com uma média de dez palavrões cabeludos pra cada balão. Ontem me liga o Fabio Takahashi, da Folha, e me conta que o album foi adotado pelo GOVERNO (cerca de mil exemplares) para distribuir em escolas públicas, para crianças. Ele me perguntou o que eu achava. Bem, respondi que o cara que aprovou isso certamente NÃO LEU minha HQ. Agora devem estar arrancando os cabelos. Uma mistura de incompetência do governo com ganância da Editora Via Lettera, que também deveria ter pensado duas vezes antes de botar a mão nessa grana. Eu por exemplo, não recebi um puto pela HQ e agora tenho que dar entrevista pra CBN e explicar que essa HQ jamais deveria entrar em uma sala de aula. Se bem que tenho recebido alguns emails de amigos e leitores dizendo que uma HQ de putaria minha pode ser muito instrutiva, mesmo em saula de aula. Como diz meu amigo Marcelo Mirisola, a infância pode ser sórdida pra quem souber aproveitá-la.
Acredito de certa forma o livro é impróprio, sim, para crianças de sexta série; mas tem que ser levado em consideração a leitura, o melhor modo de fazer uma criança ler é dando a ela o que ela gosta, se a criança se interessa por esse tipo de revista, qual o problema dele ler. Essa é uma forma de motivar as crianças a ler. Elas leem se elas quizerem...isso deveria ser opcional, e não uma proibição.
ISSO É PARA APRENDERMOS DE UMA VEZ POR TODAS QUE OS VERDADEIROS INCOMPETENTES ESTÃO NO PODER E TENTAM, A TODO MOMENTO, COLOCAR A CULPA NOS OUTROS - PRINCIPALMENTE NOS PROFESSORES. E LAMENTO POR AQUELES IGNORANTES QUE FECHAM OS OLHOS PARA OS ERROS E ABRAÇAM BANDEIRAS POLÍTICAS - SEJAM ELAS DE DIREITA OU ESQUERDA. EU SOU PELA BANDEIRA DO CORRETO.
Deveria ter distribuído normalmente. Criança de escola pública brasileira só vai aprender a ler com 14, 15 anos.
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