Uma coroa de flores com o formato e as cores da bandeira nacional enfeita o altar da igreja Nossa Senhora de Fátima, no bairro do Sumaré, capital paulista. Penduradas nela, pequenas faixas com os dizeres, "ordem e progresso" e "herói nacional". Ao centro, a foto do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos maiores torturadores da ditadura civil-militar (1964-1985), morto há 30 anos.
Cerca de 70 pessoas, entre parentes, amigos, delegados aposentados, representantes da TFP (Tradição, Família e Propriedade) e agentes do serviço reservado da polícia celebraram na noite de quarta-feira (6/5/2009), o aniversário de três décadas de falecimento de Fleury. Entre eles, estava o delegado aposentado Carlos Alberto Augusto, conhecido como Carlinhos Metralha. Augusto, torturador temido nos porões do regime, integrou a equipe de Fleury e convocou a missa pela internet: "familiares, amigos, ex-policiais do DOPS e informantes contam com sua presença à missa".
A missa foi celebrada por Frei Yves Terral, que, durante a homília, afirmou que "Fleury teve, há 30 anos, uma feliz ressurreição" e que "estamos reunidos hoje para lembrar sua memória, e não deixar a história morrer". Durante a cerimônia, que teve início às 19 horas e durou 28 minutos e 45 segundos, o religioso disse frases como: "nós amamos Fleury", "Deus ama Fleury" e "Estamos reunidos para lembrar o ideal do jovem Fleury, lembrar que ele tinha um ideal". Na hora do Pai Nosso, Frei Yves pediu aos presentes que orassem "em nome de Jesus e Fleury".
Yves Terral é um franciscano, da ordem co-irmã a dos freis dominicanos, Tito, Fernando e Ivo barbaramente torturados pelo delegado Fleury. O religioso, que em entrevista disse ser amigo de policiais militares, também celebrou a missa de sétimo dia do coronel da PM Ubiratan Guimarães, assassinado em setembro de 2006. Ubiratan foi o responsável pela invasão da PM paulista ao Complexo Penitenciário do Carandiru, em 1992, que resultou na morte de 111 presos.
trecho de Uma missa para o torturador, matéria no site Via política.
recomendo a leitura da entrevista c/ frei yves.
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5 comentários:
Sou só eu, ou mais alguém por aqui está com ânsia de vômito???
regurgitar é pouco, roger.
foi interessante lembrar que conheço uma lista beeeem grande de palavrões... rsrs
abraço
Lamentável...
Culto e adoração a torturadores, homicidas... quando vc pensa que já viu tudo...
Não há limites...
"(...)São todos ex-agentes do DOPS
Que não tem mais, que agora estão sós
Em tempos de paz(...)"
"(..)Ainda vão todos voltar e vão voltar todos juntos
Ainda vão todos voltar para assombrar o mundo(...)"
Profecia dos Titãs
bom gente, pelo menos eles se reuniram pra celebrar a morte dele, e não o nascimento.. rsr
mas, falando sério, assistindo ao filme Batismo de Sangue, tive vontade de pular dentro da telinha, como se pudesse de alguma forma esganar o Fleury e mudar o rumo da história dos porões da ditadura.
Estão Beijando a mão do "Papa" - como disse o Frei Betto no filme/livro "Batismo de Sangue".
Esse Brasil não é sério!
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