A crônica teve início em Bruges, a Veneza do Norte, flamenga e medieval, que sobreviveu às guerras e hoje é patrimônio tombado pela ONU. Minha cicerone é Marcela Duarte. Ela me levou até uma esquina e me mostrou uma livraria, Degheldere, em Leemputstraat, 2. Olhei e me arrepiei: na vitrine (foto), livros sobre Hitler, sobre as operações militares do exército nazista e seus generais. A extrema-direita é real e ativa.
Tal realidade me levou a correlacionar politicamente três questões: o federalismo, os nacionalismos e as direitas na Bélgica.
A Bélgica é uma monarquia constitucional parlamentar. Possui um parlamento federal e três parlamentos regionais, que representam as nacionalidades e regiões: Valônia, de idioma francês; Flandres, de idioma flamengo; e o extremo-leste de Flandres, de idioma alemão.
A Bélgica precisa para sua sobrevivência de um projeto político comum, construído por todas as nacionalidades envolvidas na federação, e de respeito pela diferença.
Dentro da tradição socialista, a questão nacional sempre foi diluída no sonho da internacionalização do mundo do trabalho e, por extensão, de toda a humanidade. Kautsky, Berstein, Luxemburgo debruçaram-se sobre a questão nacional sem chegar a um acordo. E na formação da própria União Soviética, o projeto federal foi esmagado pela ditadura. Ou seja, pelo estado centralizado a partir de um centro de poder.
Paul Tillich fez uma leitura das correlações entre cristianismo e socialismo onde procurou, a partir da solidariedade ética, apresentar soluções para os problemas enfrentados pelo socialismo. Leia +.
Jorge Pinheiro, no site Via política.
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