1.7.09

Puxão de orelha

A comemoração do Brasil pelo título da Copa das Confederações, na África do Sul, e o comportamento dos jogadores após a vitória sobre os Estados Unidos causaram polêmica na Europa. A queixa é de que a seleção estaria usando o futebol como palco para a religião. A Fifa confirmou à Agência Estado que mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.

Ao final do jogo contra os EUA, os jogadores da seleção brasileira fizeram uma roda no centro do campo e rezaram. A Associação Dinamarquesa de Futebol é uma das que não estão satisfeitas com a Fifa e quer posição mais firme. Pede punições para evitar que isso volte a ocorrer.

Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa. Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir o Brasil.

"A religião não tem lugar no futebol", afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi "exagerada". "Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora", disse o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca. À Agência Estado, a entidade confirmou que espera que a Fifa tome "providências" e que busca apoio de outras associações.

As regras da Fifa de fato impedem mensagens políticas ou religiosas em campo. A entidade prevê punições em casos de descumprimento. Por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa apenas ocorreu após a partida. Essa não é a primeira vez que o tema causa polêmica. Ao fim da Copa do Mundo de 2002, a comemoração do pentacampeonato brasileiro foi repleta de mensagens religiosas.

A Fifa mostrou seu desagrado na época. Mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã do mundo de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está "monitorando" a situação. E confirma que "alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto". A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo.

fonte: Yahoo! Esportes
dica do Ivan Oliveira e da Roseli Oliveira

4 comentários:

Carlos Roberto Trannin disse...

A Associação Dinamarquesa não está satisfeita. Teme que o ato seja "repetido pelos muçulmanos"! Por que é ruim que jogadores cristãos, muçulmanos ou hindus repitam esse ato? Será que esse senhor dinamarquês notou que está rotulando qualquer manifestação de religiosa como "disputa"? O fato dele "pedir punição", isso sim, é uma coisa "muito sensível" em várias partes do mundo. E deveria ser também em países "supostamente" mais civilizados dos que os países "bárbaros" religiosos...Sinceramente.

Carlos Roberto Trannin disse...

O nível de melindres religiosos do diretor da Associação Dinamarquesa de Futebol revela o mesmo grau de intolerância dos países religiosos fundamentalistas, que ele supostamente abomina. Ele tem a mesma atitude, só que com outra roupa.

Rapha Simão disse...

O pessoal da Dinamarca pode ficar tranquilo. Falta MUITO pra um time muçulmano ganhar alguma coisa, hehe

Anderson disse...

A liberdade de expressão que vá para o espaço, não é!?

É uma beleza esse pessoal que transforma o laico no antirreligioso...

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