16.8.09

O império de (P)Edir Macedo (77)

“Carlos Magno de Miranda era um dos líderes da Igreja Universal. Ele relatou os detalhes de sua ida a Medellín, para receber dinheiro dos narcotraficantes colombianos. Um mensageiro entregou-lhes 450 000 dólares. As mulheres dos pastores esconderam o dinheiro nas calcinhas”.

O pastor Carlos Magno de Miranda, em 1991, acusou a Igreja Universal de ter comprado a Rede Record com dinheiro de narcotraficantes colombianos. Agora, com duas décadas de atraso, o episódio finalmente poderá ser esclarecido. Os mesmos promotores que, na semana passada, denunciaram criminalmente Edir Macedo e outros integrantes da Igreja Universal indagam também a suspeita de que a segunda parcela da compra da Rede Record possa ter sido saldada com recursos do Cartel de Cali. Carlos Magno de Miranda é uma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público, e os promotores cogitam pedir a abertura de mais um processo contra os donos da Rede Record.

Carlos Magno de Miranda era um dos líderes da Igreja Universal. Em 1990, ele se desentendeu com Edir Macedo e passou a atacá-lo publicamente. Num dos documentos obtidos pelo Ministério Público, ele relatou os detalhes de sua ida a Medellín, para receber o dinheiro dos narcotraficantes colombianos. Ele teria viajado com os pastores Honorilton Gonçalves e Ricardo Cis, todos acompanhados de suas mulheres. Permaneceram dois dias na cidade. No primeiro dia, aguardaram no hotel. No segundo dia, um mensageiro entregou-lhes uma pasta contendo 450 000 dólares. As mulheres dos pastores esconderam o dinheiro nas calcinhas e, de madrugada, retornaram ao Rio de Janeiro num jato fretado. Segundo Carlos Magno de Miranda, os fatos teriam ocorrido entre 12 e 14 de dezembro de 1989. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) analisaram os registros aeroportuários da Polícia Federal e – epa! – documentaram que, naqueles dias, os pastores da Igreja Universal realmente foram a Medellín, com escala em Manaus.

O Ministério Público, além disso, entrou em contato com autoridades americanas para poder interrogar o narcotraficante colombiano Víctor Patiño, que foi preso em 2002 e extraditado para os Estados Unidos. Seu nome foi associado ao da Igreja Universal em 2005, quando a polícia colombiana descobriu que uma de suas propriedades em Bogotá – uma cobertura de 600 metros quadrados – era ocupada por Maria Hernández Ospina, que alegou ser representante de Edir Macedo. Uma das dificuldades dos promotores do Gaeco é que Edir Macedo tem cidadania americana, dado confirmado oficialmente pelo consulado. O Ministério Público já encaminhou todos os documentos do processo contra Edir Macedo aos Estados Unidos, para que os americanos possam abrir um inquérito próprio.

A Igreja Universal, nos últimos dias, atrelou sua imagem à de Lula. É a mesma estratégia empregada por José Sarney. Um apoia o outro. Edir Macedo está com Lula e com Dilma Rousseff. Agora e em 2010. Se a Igreja Universal tem um Diploma do Dizimista assinado pelo senhor Jesus Cristo, Dilma Rousseff tem um DIploma de Mestrado da Unicamp, supostamente assinado pelo Espírito Santo. O senhor Edir Macedo e o senhor Lula se entendem. Eles sabem capitalizar a fé.

Diogo Mainardi, na Veja.

450 mil dólares na calcinha? tamanho XGG, por supuesto...

4 comentários:

Chicco Salerno disse...

Já entendi: o negócio é ter cidadania americana, ter propriedades em Miami, Los Angeles, porque "just in case" as prisões de lá são muito mais limpas, comida boa, aquecidas, roupa limpa... E no final ainda retornam e posam de heróis, não é mesmo?

Já imaginaram se esses caras todos não tivessem os melhores advogados e fossem, como outros brasileiros "de bem", apenas colocado em presídios à la Carandiru?

Como escreveu Sólon - "As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insetos e são rasgadas pelos grandes".

Haja inseticida!

Anônimo disse...

Amigos, esperem. O pior ainda virá. Revolvam a lama, revolvam!!!!

Reni Martins disse...

Não sou desta Igreja, nem tenho religião. Mas qualquer um que seja inimigo da Rede Globo não pode ser mau sujeito. Lutar contra a Globo, a Veja e os jornalões de São Paulo e Rio e seus macacos pelo interior é dever de quem preza pela democracia. Os coronéis, como Sarney já não são mais ameaça, os novos coronéis são os barões da grande mídia.

Anônimo disse...

Então, tá. Me engana que eu gosto! O Sarney que é sócio da família Marinho e que mostrou parte do seu grande poderio ao permancecer à testa do Senado inda que pesem as mais graves acusações contra ele não oferece perigo...

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