16.9.09

Censura na Internet é a bofetada do atraso

"Os blogs se fixaram como um instrumento de comunicação social poderoso, a ponto de se tornarem subversivos, no melhor sentido da palavra. Passaram a devorar velhos esquemas como uma nuvem de insetos, milhões deles, em crescimento exponencial. Tornaram-se, na singular definição do ministro-jornalista Franklin Martins, “grilos falantes” da mídia e inauguraram uma regulação ética nominal e permanente do noticiário. Dentro desse papel, os blogs independentes têm conseguido desmascarar, muitas vezes em tempo real, tradicionais espaços editorais voltados, historicamente, para a manipulação e distorção de matérias jornalísticas a soldo de interesses inconfessáveis. Tornaram-se, em pouco tempo, imprescindíveis.

[...] a animosidade das velhas elites políticas brasileiras com a internet alcançou seu paroxismo nesse projeto inacreditável assinado pela dupla de senadores Marco Maciel (DEM-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), de restrição de liberdade na rede mundial de computadores. Onde estão os freios dessa gente? Ainda que não houvesse muitos motivos para repudiar uma intenção de censura no mais democrático ambiente de comunicação da cultura humana em todos os tempos, bastaria um – o da civilidade – para fazer calar esse clamor de alcova que nos envergonha.

Trata-se de uma tentativa primária, nos métodos e na intenção, de conter o poder iconoclasta e o viés crítico da internet, notadamente dos blogs. Pretende-se amordaçar uma rede formada, apenas no Brasil, por 64,8 milhões de pessoas, segundo pesquisa do Ibope publicada em agosto de 2009, ou seja, no mês passado. O instituto calcula que esse número cresça, na próxima década, cerca de 10% ao mês. "

Fonte: Leando Fortes (via Paulo Henrique Amorim)

Um comentário:

Chicco Salerno disse...

A internet talvez seja o fator mais democratizante de todos os tempos, libertária em sua essência, anárquica em sua natureza, fonte de informação e multiplicadora de conhecimentos. Porém, no caso brasileiro, é muito mais que isso tudo: é o fim do coronelismo, do patriarcalismo assistencialista, dos currais eleitorais, das traições rasteiras realizadas antes na calada da noite.

Se, antes era "Brasil, nunca mais"*** agora é "Brasil, sempre!"****

Chicco Sal

*** Brasil, nunca mais - livro organizado por D. Paulo Evaristo Arns a respeito da tortura no Brasil à época da ditadura;

**** Brasil, sempre! - a História sendo escrita por milhões de brasileiros, internautas.

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