Embora ambos os lados salientem que a decisão do Vaticano não irá afetar o diálogo entre as duas Igrejas, está claro que ela foi tomada em resposta ao crescente número de anglicanos que desejam mudar de religião.
Há 77 milhões de anglicanos no mundo, e nos últimos anos alguns setores estão descontentes com mudanças em sua Igreja, como a ordenação de sacerdotisas e a nomeação de bispos homossexuais.
Essa é provavelmente a medida institucional mais clara e ousada já tomada pelo Vaticano no sentido de receber anglicanos descontentes. A Igreja Anglicana surgiu em 1534, quando o rei inglês Henrique XVIII. rompeu com Roma para poder se casar novamente.
A nova estrutura permite a nomeação de líderes, em geral bispos oriundos das fileiras dos padres anglicanos solteiros, para que comandem comunidades de ex-anglicanos que se convertam ao Catolicismo e reconheçam o papa como seu líder máximo.
"Desta forma, a Constituição Apostólica visa a equilibrar, por um lado, a preocupação de preservar o válido patrimônio litúrgico e espiritual anglicano, e, por outro, a preocupação de que esses grupos e seu clero sejam integrados à Igreja Católica", disse o Vaticano.
O texto afirma que a decisão foi tomada para responder "às muitas questões que foram submetidas à Santa Sé por grupos do clero e de fiéis anglicanos em diferentes partes do mundo que desejam entrar em plena comunhão visível".
A conversão mais proeminente dos últimos tempos foi a do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que se tornou católico depois de deixar o cargo, em 2007.
As novas regras, que entram em vigor brevemente, não afetam o celibato clerical católico, e mantém a antiga prática de permitir que um padre anglicano casado mantenha seu matrimônio caso se converta.
fonte: O Globo
dica da Cristina Danuta
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