É espantosa a ignorância de Lula quanto à função da imprensa.
"Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar. O papel é informar", disse ele a Kennedy Alencar em entrevista publicada, hoje, na Folha de S. Paulo. E acrescentou:
- Para ser fiscal, tem o Tribunal de Contas da União, a Corregedoria-Geral da República, tem um monte de coisas. A imprensa tem de ser o grande órgão informador da opinião pública. Essa informação pode ser de elogios ao governo, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos. A única que peço a Deus é que a imprensa informe da maneira mais isenta possível, e as posições políticas sejam colocadas nos editoriais.
Como a imprensa pode ser "o grande orgão informador da opinião pública" se ela não examinar com atenção e rigor o comportamento e as decisões do governo? E como proceder assim sem que isso signifique "fiscalizar"?
Perdoai-o, Senhor, ele não sabe o que diz!
Uma vez, Lula admitiu que não gosta de notícia. Gosta de publicidade.
Quis dizer: gosta de elogios, de críticas, não.
Publicidade tem mais a ver com elogios. Jornalismo com críticas.
Sem ignorar a publicidade que denigre, comum em campanhas eleitorais. E o jornalismo sabujo e de aluguel, comum em qualquer época.
A entrevista de Lula à Folha será lembrada pela citação infeliz que ele fez de Jesus e Judas.
- Quem vier para cá não montará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.
Jesus morreu porque não abriu mão do que pensava. Não se coligou com as autoridades romanas nem com os sacerdotes judeus. Quanto a esses, expulsou-os do templo.
Sabia que seria traído por Judas. Não mexeu um dedinho para evitar que fosse.
Vai ver que Lula perdeu essa aula. Perdeu muitas outras.
Um comentário:
Peroai-nos por tê-lo elegido.
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