16.11.09

Fofoca no trabalho é mais sofisticada e maldosa, afirma estudo

Será que a fofoca entre adultos no escritório pode ser mais maliciosa que a dos adolescentes no seriado americano "Gossip Girl"?

Se você não acredita nisso, então deve ter perdido a edição mais recente do "Journal of Contemporary Ethnography". Talvez você tenha visto "etnografia" e tenha deduzido se tratar de relatórios curiosos sobre a Amazônia ou os mares do sul. Porém, desta vez os etnógrafos voltaram do trabalho em campo com um vídeo de um ritual nativo realmente selvagem: professores de uma escola do ensino básico no meio-oeste americano fofocando sobre a diretora por suas costas.

Esses são registros raros de "episódios de fofocas", que têm sido tema de um longo debate teórico entre antropólogos e sociólogos. Um lado, a escola funcionalista, vê a fofoca como uma ferramenta útil para reforçar regras sociais e manter a solidariedade do grupo. A outra escola vê a fofoca mais como um esforço hostil de indivíduos que, de forma egoísta, tentam alcançar seus próprios interesses.

No entanto, ambas as escolas passaram mais tempo teorizando do que observando os fofoqueiros em seus habitats naturais. Até agora, seus fluxogramas das conversas dos fofoqueiros (onde estariam as ciências sociais sem os fluxogramas?) têm sido amplamente baseados em estudos em ambientes informais, como as conversas casuais gravadas em um conjunto habitacional da Alemanha e na cantina de uma escola americana.

Os primeiros estudos descobriram que quando alguém fazia um comentário negativo sobre uma pessoa que não estava presente, a conversa ficava cada vez mais maliciosa, até que alguém imediatamente defendesse a pessoa. Caso contrário, entre adultos e adolescentes, os insultos continuariam, pois havia muita pressão social para concordar com os outros.

O novo estudo descobriu que a fofoca no ambiente de trabalho também tende a ser exageradamente negativa, mas os insultos eram mais sutis e as conversas, menos previsíveis, afirma Tim Hallett, sociólogo da Indiana University. Hallett conduziu o estudo junto com Eder e Brent Harger, da Albright College.

"A fofoca no trabalho pode ser uma forma de guerra reputacional", diz Hallett. "É como a fofoca informal, mas é mais sofisticada e elaborada. Há mais sutilezas, pois há indiretas e evasões. As pessoas são mais cautelosas porque sabem que podem perder não apenas uma amizade, mas também o emprego".

trecho de matéria no The New York Times [via Valor Econômico]

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