Modos de subjetivação e demandas de cura nas igrejas neopentecostais : a ética do sexo, poder e dinheiro
Dissertação de Mestrado em Psicologia Aplicada defendida por Márcio Antônio Gonçalves na Universidade Federal de Uberlândia
Esta pesquisa analisa os modos de subjetivação e as demandas de cura que são gestados nas igrejas neopentecostais Universal do Reino de Deus e Internacional da Graça de Deus, bem como, busca investigar a ética do sexo, poder e dinheiro presente nessas mesmas igrejas. As igrejas neopentecostais são delimitadas a partir de algumas características fundamentais, a saber, a guerra espiritual contra o diabo, a Teologia da Prosperidade, a superação dos usos e costumes de santidade, uma estrutura empresarial e a utilização da mídia. A demanda de cura é apresentada como um dispositivo ou campo de força agenciador de processos ou modos de subjetivação. Os modos de subjetivação presentes nas igrejas neopentecostais delimitam a constituição do sujeito à luz de uma relação de causalidade que é estabelecida entre os campos da fé e da ética. Se a demanda de cura é potencializada pela experiência da fé, por outro lado, os imperativos éticos moldam e limitam as condições para o processo de subjetivação do fiel. Sexo, poder e dinheiro são evidenciados como dispositivos éticos que buscam estabelecer o desmentido da condição do desamparo humano. Ao abraçar esses dispositivos o sujeito, diante de sua condição faltante, busca saídas imaginárias nascidas de posições narcísicas. Enquanto marca da identidade humana, o desamparo é tomado como um laço de união entre o neopentecostalismo e a condição masoquista. Os discursos religiosos neopentecostais, na delimitação de um universo de realização e pura felicidade, sustentam a necessidade de uma antropologia na qual o sujeito é regido por uma lógica de assujeitamento. Mais do que vítima, o sujeito se agarra às promessas religiosas mesmo que elas sejam da ordem do impossível. A condição masoquista se apresenta como decorrência da busca de saída da experiência do desamparo
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