Do pouco tempo que consigo dedicar para assistir TV já não é de hoje que venho me perguntando até quando as marcas vão insistir em brigar com o controle remoto. Até quando os anunciantes irão gastar boa parte da sua verba em filmes de 30 segundos que interrompem seu programa preferido para enfiar goela abaixo um comercial que você se recusa em engolir simplesmente mudando de canal?
Será que a explosão do vídeo online, motivada pelo crescimento da banda larga, irá matar a TV que hoje conhecemos, já que agora é o público que irá decidir o que quer ver? Os blogs e sites de notícia irão exterminar jornais e revistas e, consequentemente, será o enterro do anúncio impresso? Estas já são velhas e batidas perguntas para as quais minha resposta é: “Não, não acredito”.
Não sou daqueles que fazem previsões catastróficas sobre o futuro da chamada mídia tradicional, pré-internet. Mas de uma coisa tenho certeza: só irão sobreviver os meios de comunicação que estiverem prontos para oferecer plataformas convergentes, o famoso conteúdo independente do meio, quando, onde e na forma que o consumidor deseja acessar. Só coexistirão as mídias que, de uma vez por todas, derem poder ao consumidor para decidir o que ele quer ver, ler ou ouvir e não mais serem invasivas e inconvenientes.
A escalada das mídias sociais (r)evolucionou a forma como as marcas passaram a se relacionar com seus consumidores para um modelo de interrupção (quando a marca empurra) para um modelo de colaboração (quando o consumidor escolhe ou puxa). Ok. Isso já não mais se discute e está na cartilha de qualquer agência que queira hoje não apenas inovar, mas garantir sua carteira de clientes.
O desafio agora não é mais somente como (mensagem) e onde (meio) acessar o consumidor simplesmente entrando na sua sala de estar sem pedir licença (push), mas como envolvê-lo na teia da sua marca, proporcionando interação, colaboração e viralização (pull) para efetivamente gerar leads e vendas.
Esta mudança de modelo push para pull é um caminho sem volta por um simples motivo: seu cliente não quer mais investir em uma campanha em que não possa efetivamente medir a taxa de conversão. Não basta mais fazer campanhas criativas para ganhar prêmios em Cannes, mas que não envolvam efetivamente seus consumidores para que eles passem a colaborar na disseminação positiva da sua marca.
Tenho dito em minhas palestras que já chegamos ao “Fim do digital”. A expressão sempre causa surpresa em muitos de meus interlocutores, mas é de fácil compreensão: o consumidor, a audiência já não mais percebem a diferença de estar conectado. A web e todos os gadgets que carregamos já não são mais uma novidade em nossas vidas com a qual lidamos como se estivéssemos em um filme de ficção científica. Apenas estamos e somos conectados. E ponto. Estamos abertos a receber mensagens de onde vierem, on ou offline, mas só seremos seduzidos, claro, se estiverem adequadas ao meio e, mais que isso, prontas para nos dar a oportunidade de participar. Leia +.
Marcelo Tripoli, no Propaganda & Marketing.
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