Áspero amor, violeta coroada de espinhos,
cipoal entre tantas paixões eriçado, lança das dores,
corola da cólera, por que caminhos
e como te dirigiste a minha alma?
Por que precipitaste teu fogo doloroso, de repente,
entre as folhas frias do meu caminho?
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
que flor, que pedra, que fumaça
mostraram minha morada?
O certo é que tremeu noite pavorosa,
a aurora encheu todas as taças com teu vinho
e o sol estabeleceu sua presença celeste,
enquanto o cruel amor sem trégua me cercava,
até que lacerando-me com espadas
e espinhos abriu no coração um caminho queimante.
Pablo Neruda
via Paper Kites
cipoal entre tantas paixões eriçado, lança das dores,
corola da cólera, por que caminhos
e como te dirigiste a minha alma?
Por que precipitaste teu fogo doloroso, de repente,
entre as folhas frias do meu caminho?
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
que flor, que pedra, que fumaça
mostraram minha morada?
O certo é que tremeu noite pavorosa,
a aurora encheu todas as taças com teu vinho
e o sol estabeleceu sua presença celeste,
enquanto o cruel amor sem trégua me cercava,
até que lacerando-me com espadas
e espinhos abriu no coração um caminho queimante.
Pablo Neruda
via Paper Kites
Um comentário:
Ah! Neruda, meu caro...
Quanto te leio, te releio, eu acabo sonhando...
Sonhando que teus versos tão profundos são pra mim.
Em cada linha, cada palavra, cada frase, me sobe ao coração a vontade
de ter sido amada assim.
Ah! Neruda, mas não fui, e resta-me sonhar...
Teus versos não são pra mim, mas queria muito que fossem.
Foram escritos por ti, para alguém, mas nesse momento sinto-os todos meus.
Queria ao menos que um dia, alguém pedisse emprestado teus versos, somente para me dar.
Ingrid
Postar um comentário