8.12.09

País da impunidade

Jovem é acusado de avançar sinal, atingir veículo e matar 4 pessoas

Quatro pessoas morreram e uma ficou gravemente ferida, ontem de manhã, após o carro em que elas estavam ser atingido por um veículo que, segundo testemunhas, avançou o sinal vermelho em alta velocidade num cruzamento de Curitiba.

O motorista suspeito de provocar o acidente, Eduardo Miguel Abib, 27, é filho de Abib Miguel, diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná.

Ele foi preso em flagrante acusado de homicídio por dolo eventual (quando é assumido o risco de matar). Segundo o delegado Armando Braga de Moraes Neto, a suspeita é que Abib estava "sob influência de bebida alcoólica". PMs registraram "fala desconexa" e olhos vermelhos. Ele se negou a fazer o teste do bafômetro. Testemunhas disseram que dirigia em "velocidade inadequada". Segundo a polícia, o veículo -uma Mitsubishi Pajero- cruzou o sinal vermelho e atingiu um Citroën C3, que levava cinco ocupantes -com o impacto, dois deles foram arremessados.

Três passageiros morreram na hora e outro, a caminho do hospital. As vítimas, entre 18 e 39 anos, eram integrantes da Igreja Mundial do Poder de Deus e, ontem pela manhã, gravariam um programa de TV.

No veículo estavam dois casais de pastores e um cinegrafista. Apenas o pastor Felipe Pires, 26, que dirigia o carro atingido, sobreviveu. Com trauma no tórax, ele foi encaminhado ao Hospital Evangélico e não corre risco de morte. A mulher dele, Thayná Archangelo, 18, morreu no acidente.

Já Abib estava sozinho no automóvel e seria ouvido pelo delegado ainda ontem. Na delegacia, ninguém soube informar quem eram os advogados do rapaz.

fonte: Folha de S.Paulo

“Quero o deputado Carli Filho fora das ruas, senão ele vai matar de novo”, disse a pastora Christiane Yared, após o filho ser morto num acidente 3 dias antes do Dia das Mães.

Numa triste repetição na capital paranaense, ambos os casos misturam fihos de gente ligada à política, álcool, alta velocidade e a morte de evangélicos que cruzaram o caminho dos caras.

No entanto, os pais do rapaz mamado podem ficar tranquilos. Um juiz paranaense acatou pedido da defesa de Carli Filho e desconsiderou o resultado do exame de dosagem alcoólica feito em amostra de sangue retirada quando ele estava hospitalizado. Afinal, o exame foi realizado sem oconsentimento do ex-deputado.

Ao digitar o desabafo, é a minha vez de ficar c/ os olhos vernelhos e a fala desconexa... por conta dos palavrões... Tão inúteis qto a esperança cada vez menos equilibrista, aliás.

7 comentários:

Douglas Negrisolli disse...

Aonde a nossa sociedade brasileira vai parar?

Renato Cavallera disse...

é, agora a pouco com sangue e lágrimas nos olhos eu publiquei a mesma notícia no Gospel+...

Robson Lelles disse...

Sem ilusões: enquanto prosseguirmos elegendo essa corja não poderemos esperar qualquer diferença de comportamento.

Sou contra a imunidade parlamentar, que é algo inaceitável nos dias de hoje. Já é poder demais nas mãos de uma única pessoa, que dirá nas mãos de uma Assembléia Legislativa inteira!

O mesmo se aplica aos líderes do Judiciário e do Executivo. Quem quiser permanecer ali nos três poderes tem que ter reputação ilibada antes, durante e depois do mandato. Qualquer coisa fora disso é inaceitável. Qualquer coisa fora disso é mais do mesmo que já nos empurram goela abaixo todos os dias.

Moisés Lourenço Gomes disse...

Empalamento para este juiz. Que usem o cetro judicial mais espesso que houver!

Pavarini disse...

o moisés replicou no site do caio e desfiou uma reflexão tão indignada qto lúcida.

recomendo a leitura.

http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05614

Juan Moreno disse...

Olha, vou usar esse espaço para expressar minha indignação e vergonha alheia da sociedade brasileira. Sei que quando falamos em sociedade falamos em nós mesmos, então tenho que dizer: estamos PODRES! É tanta roubalheira, tanta impunidade, tanta politicagem... no final ninguém sabe nada, ninguém tem culpa de nada e o revés fica para o lado das vítimas, e não dos algozes... lamento muito ver essas coisas... me dá nojo, raiva, medo e impotência... a pergunta que fica é: Até quando, Senhor?

Chicco Salerno disse...

Faço parte sim da sociedade brasileira e tenho lá meus defeitos e grandes falhas, mas daí a me considerar parte da podridão, nem a pau, Juvenal!

Sou parte daqueles que ainda acreditam ser sal da terra e luz do mundo, que não temem e que ousam, que pecam sim, mas não por omissão. (E muito menos por comissão!!!)

Precisamos é de mais convicção, de mais participação. Envolvam-se, gritem, esperneiem, clamem até que as pedras se movam!

Só assim, com atitude, veremos nosso país mudar, pegar direções mais apropriadas e dignas para todos.

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