16.1.10

Ame.Celebre.Sirva.

Foto do filme:’Captain Abu Raed’, 2008
"Os homens amam muitas coisas que as não há no mundo: amam as coisas como as imaginam; e as coisas como as imaginam, havê-las-á na imaginação, mas no mundo não as há."

Padre Antonio Vieira

Na maturidade, alguns compram, vendem, investem e constroem patrimônios.Quando cheguei aos 40 anos de idade, no entanto, percebi que algumas das melhores maiores aquisições que pude fazer ao longo dos anos foram a crescente capacidade de dizer “-não” - sem nenhuma espécie de culpa - e uma saudável auto- tolerância, incluindo o perdão às minhas próprias imperfeições, inabilidades e erros.

Com isso renovou-se grande senso de humor e compaixão a mim mesma, extensivos a quem estivesse ao lado.Essa tem sido minha a caminhada , ainda que vagarosa, no aprendizado do amor incondicional.

Amor incondicional é assim: ele celebra o que a gente é, independentemente do que se faz ou se deixa de fazer. De alguma forma, então, por ser capaz de celebrar sem cobrar, o amor dá espaço para o vir a ser. Quando se é capaz de festejar a existência presente a gente se liberta dos padrões alheios. Quando se é capaz de honrar cada criatura que passa diante de nós; quando celebramos o instante atual - sem saudosismos passados ou expectativas futuras- o amor nos liberta das aparências, dos achismos e das inseguranças imaginárias.

O tempo me ensinou que é preferível chorar copiosamente diante da tristeza do que a indiferença disfarçada de auto-controle. O tempo ensinou que, diante da impossibilidade de compreender alguém, posso demonstrar aceitação.O tempo ensinou que não existe nenhum investimento humano melhor do que relacionamentos, incluindo sua manutenção e restauração. O tempo ensinou que o amor e sua celebração nos deixam mais livres para servir com generosidade, sem a preocupação de reconhecimento ou aplausos.O tempo ensinou que ouvir alguém é estar somente de coração aberto, sem se preocupar com a resposta ou solução.

Cada um de nós tem sua vocação, mas nenhum de nós pode deixar de aprender a amar.Outras habilidades como o raciocínio,a inteligência,a força física,o carisma, carreira,a argúcia, a espirituosidade, tudo isso se desfará lentamente para alguns, rapidamente para outros.Os bens serão gastos ou acabarão.

No entanto,como escreveu Clarice Lispector: ” Sempre me restará amar.Ao passo que amar eu posso até até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera…”

É o que tenho dito a mim mesma: ame, celebre, sirva.

Ame, celebre, sirva: é a essência de tudo quanto lhe desejo, e agora,humildemente, compartilho com você.

Helena Beatriz Pacitti, no Timilique!

Um comentário:

Anônimo disse...

Helena é minha amiga e manda muito bem! rss
E o bacana - agora falando sério - é saber que ela vive tudo o que escreve.
Graça.

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