15.1.10

Irmã Coragem (3)

O adeus de uma grande mulher

Em certos momentos fica difícil acreditar em Deus.

Como pode um Deus permitir tanta miséria?

Melhor ser ateu.

Um ateu destes que gostariam muito de acreditar em alguma coisa.

Um ateu rezando para estar errado.

Pois não é que hoje morreu um anjo!

Um anjo pediatra.

De sorriso lindo.

Um sorriso, me desculpem o trocadilho, angelical.

A primeira vez que vi tal sorriso.

Foi em 1973.

Na capa de uma revista esportiva.

A qual trazia estampada o novo Cardeal de São Paulo.

Eu estudava em colégio de padre.

Onde o diretor não sorria nem deixava sorrir.

Imaginem minha surpresa!

Um cardeal de riso aberto na revista.

Com uma bandeira do Corinthians.

Descobri com o tempo que o sorriso era do mais puro aço.

Inoxidável.

Imprescindível.

Inestimável.

Dom Paulo Evaristo Arns era feito de pedra e sentimento.

Um anjo na Sé.

Anos depois conheci a Zilda.

Crianças no colo.

Amor pra dar sem vender.

O mesmo sorriso do irmão.

Um sorriso de Forquilhinha.

Quis o destino.

Deus?

Levar desta terra a bela pastora.

Esse Deus que quer todos os sorrisos para si.

Pois, Deus!

Se é que você existe mesmo.

Guarda bem este anjo que hoje se foi.

Quando ajudava tantos anjos numa terra de miséria sem fim.

Guarda bem esse anjo, Deus!

Pois a Terra ficou mais vazia no dia de hoje.

E o céu.

Se é que o céu existe mesmo.

O céu ficou mais azul.

Roberto Vieira, no Blog do Paulinho.
dica do Rogério

Um comentário:

Sirvao Panda disse...

Tragédias?
O que fazer?

Chorar com os que choram, se colocar ao lado, e ajudar no que for necessário!

Vejo o dilema de se atribuir a Deus os males ocorridos!
Lembrando o filósofo, Gondim repete o que já foi dito um dia:

Se Deus é Todo-Poderoso, então não é amor pois não impede o sofrimento.

Se Deus é Amor, então não é Todo Poderoso pois não pode impedir o sofrimento.

Entendo que a morte, que para nossa vida humana é a pior coisa que pode acontecer, nada mais para Deus como o atravessar de uma porta. A vida volta para Deus, o fôlego da alma retorna ao Criador, e daqui para lá somente Deus conhece.
O que para nós é tragédia, catástrofe, para aqueles que foram é uma passagem para algo que ainda não conhecemos.
Aos que ficam? Resta a dor e o sofrimento de uma viagem daqueles que foram e não irão voltar. Resta colher os cacos que sobraram, para se possível, reconstruir algo!
A nós, atingidos indiretamente, cabe orar, pedir o consolo de Deus, saber que os tempos não são nossos!

Perguntei a Deus sobre tais tragédias. Não queria respostas prontas mas aquilo que encontrasse eco na minha alma.
Lembrei-me do Livro “MetaHistória” de Rubens Amorese – indicação do Gondim. Deus, no tempo imemoriável da eternidade disse ao anjo caído e rebelde: Farei uma criatura limitada no tempo e no espaço, que LIVREMENTE (independente de qualquer coisa) me amará como você (satanás) nunca quis me amar. Tratarei tal criatura como filhos e eles me chamarão de Pai como nunca quiseste. Neste dia estarás julgada tua rebelião.
E assim, dia-a-dia, independente das circunstâncias somos chamados a construir a vida com Deus e os semelhantes no amor! Provando nosso amor a Deus, amando aqueles que nos cercam. Livremente amando a Deus, independente do que acontecer.
No filme “O Fazendeiro e Deus – Faith likes Potatoes”, um homem usado por Deus, através do qual Deus faz muitos milagres, num incidente passa com o trator sobre seu sobrinho. Embora tenha orado fervorosamente a Deus pela vida do menino, Deus lhe responde: “Sou soberano em minhas decisões”.
Tiago é preso e morto a espada. Pedro é libertado milagrosamente pelos anjos! Deus é soberano. Chegada a hora da partida, a porta é aberta e a alma passa para outro lado.
Por fim, numa igrejinha perto de casa, o irmão Doriel de 74 anos, homem simples, indouto, mas cheio de Deus conta como um anjo do Senhor lhe apareceu e lhe ungiu para ministrar orações por efermidades. Mas lhe disse o Senhor: Se eu NÃO lhe mandar orar, não ore! Depois disso contou como Deus fez inúmeros milagres durante sua vida, sempre que o Senhor lhe mandava orar por uma enfermidade. Sendo de Itapevi, interior de São Paulo, conta que trabalhou na FEPASA por muitos anos. Num dado dia, um epilético caiu na linha do trem e uma composição vinha chegando. Ele pulou da plataforma na linha para salvar o moço. Não conseguia tirar o moço de lá e de repente apareceu um anjo que lhe disse: “Hoje é dia dele (moço epilético) partir, mas não o seu dia”. E pegando-o jogou de novo na plataforma. O trem passou. Faleceu o moço epilético. O maquinista viu três na linha. Deus é soberano!
Entendo que a morte é terrível, amarga, o maior sofrimento para pais, filhos, familiares, etc, mas é uma passagem. Para eles aguardam na ciência de Deus! Para nós cabe nossa confiança para amá-Lo LIVREMENTE e chorarmos com os que choram.

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