Cinco dias depois do devastador terremoto que atingiu o Haiti, um pastor evangélico vestindo uma camiseta pólo desgastada, com sua igreja destruída mas o espírito vibrante, tocou uma sirene para reunir os novos sem-teto que vivem em barracas na cidade para a missa de domingo.
NYT |
Fiéis improvisam missa em Porto Príncipe |
Com a voz rouca, os olhos inchados e braços erguidos aos céus, o reverendo Joseph Lejeune pediu aos famintos, feridos e pesarosos haitianos reunidos ao seu redor que fechassem os olhos e elevassem os pensamentos para além da fétida praça Champ de Mars, onde agora lutam para sobreviver.
"Pensem na nossa nova cidade aqui como o lar de Jesus Cristo, não como a cena de um desastre", ele falou. "A vida não é um desastre. Vida é alegria! Você não tem comida? Se alimente do Senhor. Não tem água? Beba do espírito santo."
E eles beberam, cantando, balançando as mãos e tapando os narizes para evitar o cheiro dos corpos presos em uma escola perto dali. Helicópteros militares zumbiam sobre sua cabeça e os crentes almejavam a eles e além, se libertando durante algumas horas do trecho de concreto sobre o qual buscaram abrigo sob lençóis amarrados a postes.
Em versões variadas, esta cena se repetiu por toda a capital haitiana no domingo. Com muitas de suas igrejas destruídas e seus padres e pastores mortos, os haitianos desesperados por ajuda e conforto se voltaram a Deus em busca de alívio para sua aflição. Carregando bíblias, eles atravessaram ruas empoeiradas e cheias de entulhos, em busca de locais para a oração. As igrejas, normalmente cheias com paroquianos fiéis nas manhãs de domingo, acordaram aos pedaços. Leia +.
fonte: The New York Times [via iG]
dica do Jarbas Aragão
Um comentário:
Numa situação dessas, o mínimo que se pode fazer é clamar aos céus, para que o Criador tenha piedade.
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