O professor de mim
Linguista é como advogado: sempre existe algum disposto a socorrer qualquer delinquente. O professor Sírio Possenti, por exemplo, acaba de colocar-se a serviço de Dilma Rousseff, uma notória serial killer da língua portuguesa. Por encomenda da companheirada aflita, o professor da Unicamp topou corrigir as correções feitas por Celso Arnaldo, todas pertinentes, no post Dilma, o eu e o mim.
Possenti acha certo, até bonito, a frase “pra mim sê pré” dita por Dilma numa entrevista. O Brasil alfabetizado diz “para eu ser”. O linguista garante que o “mim” antes do verbo é uma beleza.
Augusto Nunes, no site da Veja.
imagem: internet
3 comentários:
Só si sê, né sô?
Não nega o fato de ser discípula de Lula.
Hehe
Ah, a Veja e sua linha reacionária e elitista sempre costurando até o mais irrelevante dos vieses. "O Brasil alfabetizado" fala realmente assim SEMPRE? Então a Dilma não sabe ler nem escrever?
E que fique registrado: o "para eu fazer", se formos aplicar todo o rigor que o autor deste texto DIZ adotar, está igualmente distante da norma culta, uma vez que, segundo esta, o "eu" só pode ser utilizado quando for sujeito, apenas sujeito de um verbo - jamais quando estiver, por exemplo, logo após uma preposição. Então, o "Brasil alfabetizado" (meu Deus, que coisa mais besta!) deveria dizer "para QUE EU POSSA".
Agora, adotando uma postura semelhante à criticada: pra mim, preconceito lingüístico é coisa de gente BURRA e sem argumento. Línguas mudam e a única régua usada pra medir o prestício de uma "ocorrência" gramatical é o prestígio de quem a cometeu.
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