Doze chefes de Estado desapareceram em alto-mar durante passeio de barco promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao final da 74ª Cúpula Ibero-Americana. Além do brasileiro, estavam a bordo Evo Morales, Álvaro Uribe, Cristina Kirchner e Hugo Chávez, entre outros.
Esse é o mote da "Ilha Presidencial", série de humor animada iniciada nesta semana pelo site de humor venezuelano "El Chiguire Bipolar" (a capivara bipolar). Parodiando o estilo de "No Limite", põe toda essa turma numa praia deserta "sem comida, sem refúgio e sem poder".
Ninguém fica muito bem na fita. Lula, o anfitrião, aparece preparando e tomando caipirinhas e fascinado pelos atributos físicos da colega argentina. Já Chávez vive uma tórrida relação amorosa com Morales ao mesmo tempo em que briga com o desafeto Uribe, enquanto o rei espanhol, Juan Carlos, dá vários sinais de senilidade.
"Lula é o cara que fala com todo o mundo, do Bush ao Fidel, e está sempre surfando ou com um copo de caipirinha na mão", diz Juan Andrés Ravell, um dos roteiristas. "Já o Chávez não faz nada e vive dando ordens."
A principal ausência é do paraguaio Fernando Lugo. Ravell diz que o projeto começou antes que o ex-bispo fosse eleito, mas garante que ele aparecerá e "ainda terá muitos filhos na ilha". A disputa entre o Chávez anti-imperialista e o americanizado Uribe é um dos temas mais explorados do primeiro episódio. Mas a briga fictícia (os dois disputam se o barco vai para a direita ou para a esquerda e acabam provocando o naufrágio) ficou até mais educada do que o bate-boca nesta semana, durante a cúpula (verdadeira) de Cancún.
Ravell diz que a série, independente e sem patrocínio, terá pelo menos mais dois ou três episódios, mas pode se prolongar mais. Há cerca de 20 pessoas na produção, cuja animação é feita na Argentina.
Criado há quase dois anos, o site "Chigüire Bipolar" é bastante conhecido na Venezuela, registrando cerca de 300 mil visitas semanais.
Além de Chávez, uma das principais vítimas da "capivara bipolar" é Alberto Ravell, pai de Juan Andrés e recentemente demitido da função de diretor do canal oposicionista Globovisión, segundo ele por pressão do governo.
Fabiano Maisonnave, da Folha de S.Paulo, em Caracas [via Folha Online]
a ameaça à liberdade sempre açula a criatividade. apraza aos céus que ñ precisemos disso p/ ir além de zorra total e a praça é nossa...
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