7.2.10

Um gordo pode ser presidente? E uma gorda?

A ditadura da magreza influencia nossas escolhas políticas, revela pesquisa americana. Por que as mulheres levam a pior

O preconceito velado (ou explícito) contra os obesos pode ser observado em vários campos da vida social. Para muita gente, gordo é o sujeito preguiçoso e com baixa autoestima que, obrigatoriamente, produzirá menos que os magros no trabalho e na escola. É também o indivíduo desleixado, que não cuida da saúde e só dá prejuízo aos empregadores e ao Estado.

O pré-julgamento que os gordos sofrem no trabalho, na vida escolar e nos serviços de saúde vem sendo estudado há vários anos. Mas há um outro aspecto que só agora tem merecido atenção dos pesquisadores: até que ponto a forma física dos candidatos a um cargo público influencia nossas escolhas políticas? A obesidade pode ser um fator tão importante a ponto de definir nosso voto?

A resposta é sim, segundo a professora Beth J. Miller, do departamento de ciência política da Universidade do Missouri, em Kansas City. Nos dias de hoje, a quantidade de gordura corporal observada em um candidato parece ter adquirido sobre a opinião pública um efeito muito mais impactante do que se imaginava.

Beth chegou a essa conclusão depois de fazer um interessante estudo com 120 estudantes de psicologia e ciência política com idade média de 24 anos. O trabalho foi publicado há duas semanas na revista científica Obesity.

Os alunos foram convidados a dar notas a quatro candidatos depois de ver as fotos deles e ler uma descrição sobre suas crenças políticas. Eram candidatos hipotéticos e não políticos conhecidos. Os voluntários não tinham, portanto, qualquer informação prévia que pudesse influenciar o julgamento que fariam.

Aqui você encontra uma amostra da experiência. Se tivesse que considerar apenas a aparência dos dois candidatos abaixo, em qual deles você votaria? No magrinho da esquerda ou no rechonchudo da direita? Leia +.

Cristiane Segatto, no site da Época.

5 comentários:

Adriana Neumann disse...

Pava, esse é um assunto polêmico e meu velho conhecido.

Durante boa parte da minha vida, eu fui gorducha e, realmente, não recebia nem a metade da atenção e bom tratamento que recebo hoje em dia, depois de alguns bons quilos a menos.

E, confesso, até hj obesos me deixam um pouco incomodada, talvez pq me façam recordar os velhos e um tanto sofridos tempos.

Mas, o fato é que obesidade é uma doença grave, que deve ser tratada como tal. Alcoólatras e drogaditos são instados a se tratar, mas parece que os obesos reclamam para si o direito de serem doentes.

Muito complicado isso, de fato.

Dio disse...

Que me perdoem os "gordinhos", mas ser relaxado e barrigudo, acomodado... e usar de desculpas pra justificar a má condição física... não acho louvável.
É mais fácil ser barrigudo e dizer "dane-se" ou estar bem fisicamente, à custa de regras e disciplina?

No campo intelectual a mesma regra é válida...

Abraços a todos e repito - não importa a embalagem,m mas sim o conteúdo. Mas a embalagem é importante!

Edson Bueno de Camargo disse...

Os deuses nos livrem das democracias e da opinião pública. Existem estudos que comprovam que esta relação entre saúde e magreza é tão mito como o que a indústria do fumo impôs nos anos 50 que cigarro não fazia mal.
As mulheres votam com a vagina e os homens nem sei com o que, e vejam que políticos maravilhosos são eleitos todos os anos.

Gսstav໐ Frederic০ disse...

Quem quer ser fiscal de mesa na próxima eleição?

Tereza Jardim disse...

"não importa a embalagem,m mas sim o conteúdo. Mas a embalagem é importante!"

Diógenes, não entendi se é ou não importante.

Sim, existe uma mistificação em torno da beleza magra. Sim, existe o risco de ser obeso. Nem oito nem oitenta, né pessoal...

Não é pra cortar os pulsos por estar acima do peso, nem pra descuidar da saúde em nome de uma "bandeira".

Digo ainda que a beleza exterior faz muita diferença sim, mesmo que, pra mim, não seja o fator principal para julgar uma pessoa. É natural que um corpo bem cuidado [veja bem, nem magro nem gordo, mas saudável] seja mais atraente em um primeiro momento. Mas isso não deveria definir a opinião que temos das pessoas, em nível algum. Principalmente quando o critério do "julgamento" deveria envolver caráter e capacidade.

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