Há um poder de libertação muito grande na autenticidade do ser. Uma das coisas que a religiosidade produz é a hipocrisia omissa. Diria que o religioso torna-se vítima da sua própria devoção. Na busca por mudança interior há a tentativa de transformar o exterior, e isso costumeiramente resulta na dissimulação e até simulação de caráter.
O engajamento em trocar velhos hábitos tidos impuros por atitudes condizentes com as regras de fé adotadas é igualado ao arrependimento e entrega dos quais conclamam as boas notícias de Jesus Cristo, para os mais vis e repugnantes. Quando me esforço para mudar o jeito como falo, o tipo de roupa que visto, o tipo de amigos que tenho, a natureza dos lugares que frequento, e como lido com as pessoas sem antes ter tido a essencial renovação do ser, estou apenas limpando o exterior do copo.
Provavelmente, e muito provavelmente, sua religião empurra-lhe por esse infrutífero caminho: adotar novos preceitos de vida, nova indumentária, novos jargões e formulações prontas, e a incapacidade de sustentar pensamento livre. Tudo isso sob a retórica de estar nascendo de novo.
Ao passo que, com Jesus Cristo, a ordem das coisas é bastante diferente. Aliás, se há alguém que quebrou paradigmas sem conta foi esse cara; Mas isso fica para outra explanação. Não me recordo de ler nos Evangelhos nenhuma narrativa que mostre Jesus aceitando pessoas sob a condição de mudança exterior. A mesma pode até vir a ocorrer, mas sempre em consequência de uma total reviravolta interior. O que carregamos no coração é que será refletido na aparência. E não há falsidade que esconderá isso por muito tempo, seja luz ou trevas o que existir lá dentro. Leia +.
fonte: Thiago Mendanha
10.3.10
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