Quando se trata de família, acho que cada um de nós carrega um tipo de software.
Se você cresceu numa família com pais que se gostam e se respeitam, ganhou de brinde um software que ajuda a ficar casado. Se cresceu em meio a berros e as lágrimas, ou se num momento qualquer seus pais cansaram de brigar e se separaram, é provável que traga consigo um software menos útil para a manutenção da família.
Como tudo que eu escrevo nesta coluna, essa é apenas uma impressão pessoal sem valor científico. Mas faz algum sentido.
Os valores e atitudes condizentes com a família são produzidos e repassados naturalmente em uma casa feliz – e o inverso acontece com famílias desestruturadas. São duas culturas, dois legados, dois softwares. Algo que a gente recebe, carrega e, frequentemente, reproduz.
É sobre isso que eu queria falar.
No fim de semana, vi no cinema um lindo filme brasileiro, Sonhos Roubados. Ele conta a história de três meninas que se prostituem.
Elas nasceram pobres, na favela, em famílias precárias. Uma é criada pelo tio que abusa dela sexualmente. Outra é expulsa de casa aos 16 anos. A terceira tem 17 e já cuida de uma filha. Nenhuma delas tem pai. As três são filhas de mulheres prostituídas. As três repetem o mesmo caminho.
A história dessas meninas me fez pensar na questão das famílias – no software que a gente carrega – e na vocação perversa que temos de reproduzir os erros dos nossos pais. Leia +.
Ivan Martins, no site da Época.
4 comentários:
♪Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo o que fizemos,
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...♪
Pava, ;)
Cometem os mesmos erros porque as estruturas sociais continuam as mesmas e nelas não encontram apoio para ir em outra direção.
É um sistema no qual, nós cristãos, esperamos que o Estado faça o que nós deveríamos fazer. Fora, muitos líderes que pontificam que bastaria ela ir trabalhar fazendo limpeza, como gari, etc. Esquecem-se que até para gari hoje em dia se faz concurso público e essas pessoas terão até mesmo de concorrer com outras de grau universitário.
As coisas mudarão o dia em que nós cristãos crermos de verdade e passemos a amar como Ele nos amou, sem preconceitos e colcoando a mão na massa.
Como comentei no site onde está a matéria, precisamos sempre atualizar o programa, fazer um download, para ver se conseguimos contradizer, para o nosso próprio bem, a música que Elis Regina interprentava divinamente.
Não podemos esquecer que cada pessoa tem o livre arbítrio. Não é o meio em que nascemos ou vivemos que determina o que somos.
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