O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa hoje o seu segundo mandato. Nonsense deseja boa sorte e espera que ele faça um bom governo. Mas aproveita a oportunidade para relembrar as dez frases mais marcantes que fizeram com que Lula fosse um personagem freqüente do blog.
1) Em março, irritado com militantes do PSTU que o hostilizavam em Aracaju:
- Me desculpem, mas a nossa massa encefálica é mais inteligente do que vocês pensam.
2) Em maio, mostrando perspicácia e boa capacidade analítica ao refletir sobre as derrotas eleitorais no passado.
- Perdi três eleições. Uma das razões pelas quais eu perdi as eleições, eu descobri logo: é que uma parcela da sociedade não tinha votado em mim.
3) No mesmo mês, em visita às obras da ferrovia Norte-Sul, Lula fez um mea-culpa ao lembrar que o PT havia sido um dos grandes opositores do projeto, gestado no governo de José Sarney (1985-1990). Também disse que nunca tinha ofendido o ex-presidente, embora na época tenha brindado o senador, um de seus principais aliados atuais, com diversos xingamentos, como na vez em que afirmou que Maluf era “trombabinha perto do grande ladrão que é o governante da Nova República”.
- Meu querido presidente Sarney, quando eu te convidei para vir aqui é porque de vez em quando este país precisa ter humildade e fazer justiça às pessoas. Foi um gesto de reconhecimento a um homem que governou este país na dificuldade que governou. (…) Sarney, nunca o ofendi, nunca lhe fiz uma provocação com uma palavra que não pudesse dizer publicamente. E eu sei o quanto este homem foi ofendido, sei como ele foi atacado.
4) Em junho, ao elogiar o cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, dando sua idéia de uma morte feliz:
- Quando as pessoas vêm para o hospital e morrem na mão do Jatene, mesmo que ele tenha feito um erro, todo mundo morre satisfeito, morreu na mão do melhor. Isso é como o Zico perder um pênalti, ninguém vai dizer que ele é grosso, ele errou.
5) Em agosto, quando achou culpados de outro mundo caso não cumpra suas promessas de campanha:
- Não será por falta de esforço, de compromisso e lealdade aos princípios que nos fizeram chegar à Presidência que não vamos cumprir. Se não cumprirmos é por que houve fatores extraterrestres.
6) Em setembro, ao esquecer a separação entre Igreja e Estado e pedir votos para o senador Marcelo Crivella, liderança da Igreja Universal e sobrinho de Edir Macedo, criador da organização, que concorria ao governo do Rio.
- Quando Deus criou o mundo, botou o dedo no Rio e falou: vai ser a cidade mais bonita do mundo. Para o Rio compensar a genialidade de Deus é preciso escolher alguém que tenha compromisso com Deus.
7) No mesmo mês, demonstrando humildade durante um comício em Belém no qual dividia o palanque com uma penca de políticos com problemas na Justiça, incluindo o ex-governador Jader Barbalho, que teve a mão beijada por Lula.
- Aqui não é um simples comício, é uma aula de pós-graduação de sociologia política, é uma coisa nova.
8) Em outubro, após ganhar a eleição, em uma coletiva à imprensa, revelando seus planos para os pingüins que habitam o sul do continente.
- Temos um sonho de fazer com que o Mercosul possa representar, da Terra do Fogo à Patagônia, todos os países latinos americanos.
9) Em novembro, em reunião com governadores eleitos, os aconselhou a fazerem o que ele diz, não o que ele faz.
- Em vez de vocês procurarem amigos, procurem por uma pessoa qualificada para o cargo que espera uma chance. Montar um governo é 50% do sucesso de governar. Convidar alguém para ocupar um cargo é muito fácil. Agora, tirar alguém é muito difícil.
10) Em dezembro, durante a homenagem que recebeu da “IstoÉ”, a revista que está no centro da crise do dossiê contra os tucanos, o presidente, que tem 61 anos, disse que se considera de “centro” e está em busca do “equilíbrio”. E soltou a seguinte frase:
- Não tem outro jeito, se você conhecer uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque ela tem problemas. Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também tem problemas. Então, quando a gente está com 60 anos, é a idade do ponto de equilíbrio em que a gente não é nem um nem outro. A gente se transforma no caminho do meio, aquele caminho que precisa ser seguido pela sociedade.
Luiz Antonio Ryff, no blog Nonsense.
1.1.07
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