Sabe aquele promotor que matou um rapaz e feriu outro em Bertioga? Continua no posto, embora sem trabalhar, mas ganhando como se estivesse na ativa.
Sabe aquele rapaz condenado a dez anos de prisão, por violência sexual contra uma menina de 12 anos, daquelas que exibem sua habilidade com malabares nos cruzamentos? Pois foi colocado em liberdade, para aguardar o resultado da apelação. Veja bem: não se trata de um suspeito. Trata-se de um condenado.
Sabe aquele jornalista que matou a ex-namorada e foi condenado a 16 anos de prisão? Pois continua em liberdade, para aguardar o resultado da apelação. Como no caso anterior, não se trata de um suspeito: trata-se de um condenado.
Mas um escândalo encobre o outro, e nossa imprensa vai abandonando os escândalos mais antigos, tratando-os – quando deles trata – como se fossem coisa normal, como se fosse inerente à espécie humana viver no meio de gente que comete crimes terríveis e não sofre qualquer punição. Não se trata obrigatoriamente de cadeia: este colunista acredita que cadeia deve ser usada apenas quando o condenado oferece risco físico à sociedade. Mas há outras penas possíveis, há outras punições. Não se pode esperar que certas pessoas bem situadas na vida sejam punidas apenas por decurso de prazo, quando chegar sua hora final.
Carlos Brickmann, no
30.3.07
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