11.9.07

Fui!

"Sou protestante e namorei um mês com um rapaz que era da Igreja Católica. É claro que impus duas condições: sexo depois do casamento e ele teria que se converter à minha religião. No início ele topou, mas faz uma semana que ligou para terminar tudo. Será que é tão difícil assim aceitar essas duas condições hoje em dia?"

Sem entrar no mérito da discussão religiosa, é importante destacar alguns pontos que podem ter contribuído para o desencontro do casal. Se a garota não parar para reavaliar sua posição, pode ser difícil estabelecer uma nova parceria no futuro. Por quê?

Para começar: será que a gente tem mesmo o direito de impor condições na hora de começar um namoro? Do tipo: só namoro com você se você fizer exatamente as coisas que eu quero, acredito e desejo! Esse discurso não é impositivo demais? A relação começa com cobranças e exigências que podem ser mais difíceis de lidar do que o casal imagina. Será que isso garante fôlego para o namoro? Será que a questão do sexo antes ou depois do casamento e a troca de religiões não deveria ser discutida, em vez de exigida?

Trocar de religião é mais complicado do que um simples desejo da outra parte. Se o garoto foi criado dentro do catolicismo, seguindo a orientação dos seus pais e da sua família e, crescendo com essa fé, como será que, de uma hora para outra, ele vai topar novos costumes, novas regras e uma nova religião?

Mesmo que religião não seja um assunto muito importante na vida dele, será que é tão simples assim dormir católico e acordar protestante? Provavelmente não! Pelo menos para uma boa parte das pessoas não é assim que a orientação religiosa funciona.

Sexo (ou a ausência dele) é uma discussão mais delicada do que uma simples condição imposta. Se, por um lado, a maior parte das religiões ocidentais defende o sexo após o casamento, do ponto de vista prático não é desse jeito que o jovem se comporta hoje em dia.

Seu ex-namorado pode ter se visto pressionado a aceitar uma decisão que não era genuinamente dele. Assim, depois de algum tempo de namoro, esse fator pode ter começado a pesar mais do que ele imaginava.

Certamente, você estava muito mais confortável do que ele com esse namoro. Sem sexo, tendo que se converter a uma religião diferente da sua e, pior, sem voz para discutir, poucos homens topariam esse namoro.

Pense bem! Desse jeito que você está fazendo, sem diálogo e concessões, nem mesmo dentro da sua religião vai ser muito fácil achar um namorado. Você não acha?

Jairo Bouer, no Folhateen de ontem (10.9) na Folha de S.Paulo.

2 comentários:

luciana disse...

O que entendo com isso:- vc aceita as minhas condições porque afinal estou fazendo um favor de tê-lo como meu namorado.
Ela devia respeitar o sentimento do cara por ela e antes de começar, expor seus princípios, e a religião que segue porque é a maneira que ela acha que iria dar certo a relação. Tudo bem, sem de maneira nenhuma impor a ele que se converta a sua. E outra, se ele estiver a fim realmente, essa seria uma questão fácil de resolver.(minha opinião)
Depois de explicar tudo, falaria: eu gostaria muito de tentar e vc?
Mostrando sobretudo que também gosta dele.
Se a resposta for sim e o relacionamento prosperar, ok. Se não dér ela não deve se sentir culpada por impor seus princípios desde o início. Outos virão.

Anônimo disse...

a pergunta: pra que falar com o jairo bauer? a menina deve estar mutcho louca, ou a credibilidade da igreja mutcho baixa!

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