Conteúdo colaborativo, nova internet, wikis, empresas nuas, blogs de funcionários, redes sociais, rss, usuários como servidores e versão 2.0 de sites são termos que ultimamente têm embaralhado a cabeça de muita gente do marketing. Principalmente quando paira no ar uma sensação de que algo mais moderno já existe e que corremos o risco de estar fora.
Quando o assunto é web 2.0, quais as escolhas e renúncias? Por onde começar? Antes de implementar algo às pressas, uma boa dica é tentar entender no que consiste essa tal de web 2.0.
Título de um artigo despretensioso, escrito por Tim O’Reilly (reconhecido publisher americano – www.oreilly.com), em seu blog, em setembro de 2005, esse nome procurou dar forma à tendências apontadas por Tim nas nove páginas de seu texto. A potência viral da internet encarregou-se de disseminar suas idéias/constatações e, de uma hora para outra, nos pegamos em um evento sobre web 2.0, discutindo o que fazer.
É importante entender uma coisa: web 2.0 não é uma ferramenta, uma moda, um sistema a ser inserido ou muito menos uma metodologia. Web 2.0 é um conjunto de valores. Indo um pouco mais além, web 2.0 é um conjunto de valores que torna aplicações, softwares, sistemas e interfaces criativas web melhores à medida que são usadas, usadas, usadas e remixadas por pessoas.
Em outras palavras, a internet 2.0, segundo Tim, passa a ser feita com as pessoas e não para as pessoas. Essa fantástica estrada promete muitas emoções, uma vez que relacionamento com as pessoas ainda não se compra, se conquista.
Podemos dizer também que web 2.0 é um nome dado a valores antigos, recém-viabilizados pelo homem. Voar, por exemplo. A vontade de voar existe desde o dia em que Adão foi expulso do paraíso. Mas esse valor só foi viabilizado pela tecnologia no século passado.
O desejo de ouvir pessoas anônimas como você, buscar versões não profissionais, descompromissadas, de alguma maneira fazer parte do contexto, aparecer e dividir repertórios individuais também existe há muito tempo. Mas ganhou escala e se potencializou somente após a consolidação de um modelo massificado como a internet de hoje.
Para alguns segmentos, mapear as redes sociais e entender o que as pessoas estão falando pode representar a chance de evitar uma catástrofe.
Vejam o famoso caso da queda das ações da Apple, ocorrido em maio deste ano. O engadget (www.engadget.com), conhecido blog focado em novidades do mundo eletrônico, publicou ao meio-dia, sem checar a fonte, uma informação de que a entrega do iPhone e do leopard (novo sistema operacional da Apple) seriam atrasadas até outubro.
Em 15 minutos, as ações da Apple sofreram uma desvalorização de U$ 4 bilhões. Após reconhecer o erro, que ocorreu em rápidos 25 minutos (graças a um e-mail formal recebido pela Apple), as ações voltaram ao normal.
Parabéns para os funcionários do Steve Jobs, que conseguiram reverter o quadro rapidamente apenas porque tinham o engadget e suas abelhas mapeados e entenderam que o fogo vinha de lá. Impressionante, uma plataforma social derrubou e colocou a Apple no lugar, não o Wall Street Journal ou CNN.com!
Essa é uma forma de explorar a web 2.0: prevenção e ação. Cada anunciante deve entender como seus objetivos podem ser potencializados pelos valores 2.0. E como esse jogo não se compra, mas se aprende, sugiro que comecem a ensaiar iniciativas desde agora.
Rafael Payao, no jornal Propaganda & Marketing.
19.11.07
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