Nas imagens, os estudantes da Universidade Free State, em Bloemfontein, no leste do país, ainda apareceriam forçando os quatro negros, que seriam empregados do campus, a beber cerveja e fazer exercícios físicos.
O correspondente da BBC Mpho Lakaje, que assistiu ao vídeo, disse que a última seqüência é a que mais causou indignação. As cenas mostram um dos estudantes urinando num pote de comida e gritando, em seguida: “Comam! Comam!”
O que se vê depois são os negros comendo e vomitando.
Protestos
O reitor da universidade, Frederik Fouriem, disse à BBC que estava “extremamente chateado com o incidente” e condenou o vídeo.
Fouriem disse que a universidade já suspendeu os alunos envolvidos e que as supostas vítimas estavam recebendo apoio psicológico.
Na quarta-feira, centenas de estudantes negros e funcionários da universidade fizeram protestos contra o incidente e entregaram uma lista de exigências à direção, pedindo ações contra os estudantes.
O vídeo teria sido gravado em protesto contra a tentativa de integrar estudantes brancos e negros na mesma residência universitária em Free State.
O correspondente da BBC diz que a universidade é conhecida por ter grande presença de estudantes brancos desde a época do apartheid.
Nos últimos anos, o estabelecimento vem encontrando dificuldades em tentar integrar estudantes de diferentes grupos raciais e o último incidente é visto por muitos como uma “clara indicação de intolerância racial”.
Siviwe Vamva, do Congresso Estudantil Sul-Africano, disse que o grupo está planejando uma greve nacional no dia 6 de março para protestar contra o racismo em todo o país. Ele ainda disse que "o racismo é um problema em várias universidades" do país.
“Essas questões têm de vir à tona para que todos os sul-africanos saibam que o racismo ainda é dominante na nossa sociedade”, disse o líder estudantil.
O Instituto Sul-africano de Relações entre as Raças disse que o último incidente e outros que ocorreram no mês passado poderiam ameaçar as tentativas de melhorar o convívio entre as raças desde o fim do apartheid.
O instituto ainda criticou a decisão do Fórum de Jornalistas negros, que não permitiu que um jornalista branco participasse de uma de suas reuniões.
fonte: BBC
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