4.2.08

São tantas coisinhas miúdas (8)

Na casa da mítica curandeira Mak Erot, conhecida em toda a Indonésia por seus poderes sobrenaturais para aumentar órgãos sexuais, três falos de madeira repousam sobre altar de oração, deixando ao visitante a escolha do tamanho que deseja possuir.

Não se sabe se Mak Erot é nonagenária ou centenária, nem mesmo se está viva ou morta. O mais provável é que esta sacerdotiza [sic] javanesa esteja morta há anos. Mas sua lenda tem tanta força, em um arquipélago onde a magia negra é corrente, que muitos juram que ainda vive, para a alegria dos sexualmente insatisfeitos.

Cabe dizer que esta mulher de rosto marcado por rugas gerou tal quantidade de discípulos, e deixou tantos imitadores na Indonésia, que é possível se perder em uma rede de charlatões. Só não se sabe se am alguns casos os efeitos podem ser contrários ao que os pacientes desejam.

Basta folhear um jornal popular para encontrar anúncios de feiticeiros que afirmam terem sido formados pela própria Mak Erot. Jacarta conta inclusive com uma "clínica" Mak Erot, cujas práticas fazem os verdadeiros descendentes de Hipócrates tremerem em suas tumbas.

Seu santuário localiza-se no sudoeste de Java, uma região agrária onde o islã não suplantou as crenças místicas.

Levadas pelo desespero, muitas pessoas enfrentam caminhos tortuosos para ter acesso ao templo do vigor sexual.

Para se chegar à aldeia "sagrada" de Caringin, a de Mak Erot, é preciso sair da estrada que margeia o oceano Índico e tomar um atalho pedregoso. Depois de dois quilômetros de sacolejos em uma motocicleta, o visitante chega a uma casa branca.

Como não podia ser de outra forma, a curandeira está ausente. "Mak Erot foi abrir um despacho em Medan (norte de Sumatra)", afirma um jovem que usa o tradicional turbante mulçumano. "Ela está bem. Ainda consegue caminhar", conta.

O anfitrião diz ser seu neto e herdar as habilidades esotéricas de sua avó, célebre pela manipulação medicinal de plantas raras responsáveis por uma espécie de aumento do poder de fogo dos clientes.

"Pessoas do mundo inteiro vêm aqui, dos países árabes, da China, de Cingapura, da Coréia, da Malásia, e de Taiwan", explica Haji Baban, sem se referir aos talvez injustiçados japoneses.

"Querem remédios contra a impotência ou ejaculação precoce, pedem um sexo maior ou uma glande mais grossa", completa.

A consulta com Haji Baban possui semelhanças com uma missa negra. Sentado na penumbra, o paciente, vestido com um traje especial, explica o que quer em frente a ameaçadoras varas de madeira de vários diâmetros de espessura e em forma de pênis. Em seguida, o diagnóstico é dado, em silêncio.

Em um diagnóstico, Baban afirma que o paciente daquele dia era dotado de um falo "mediano, menor que o dos alemães". Propõe, então, um prolongamento de seis centímetros.

Para consegui-lo o crente terá que comer e beber produtos que inexistem em supermercados durante dez dias. A primeira dose é tomada ali mesmo. Consiste em três frutos amargos, com casca, e uma decocção de cor amarronzada.

Um assistente oferece logo um tubo de bambu que contém arroz pegajoso com leite de côco. O paciente deve comer o preparado para evitar uma terrível dor genital.

O candidato ao pênis perfeito promete seguir as instruções ao pé da letra e aplicar todos os dias um óleo especial antes de deitar-se. Deve evitar consumir bananas verdes e de beber licor de casca de limão.

O milagroso tratamento custa entre 700.000 a um milhão de rupias (70 a 100 dólares), uma fortuna na Indonésia. Mas os discípulos de Mak Erot garantem: muita gente ficou com a alma lavada.

fonte: Yahoo!

colaboração: Rodolfo Ortiz

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