26.3.08

Milagres no candomblé

Caetano Veloso, também de jeans, trocou a mesa que os convidados usaram nas leituras por um banquinho e violão.

Começou logo pela canção "É Doce Morrer no Mar", de autoria do próprio Amado e de Dorival Caymmi, e depois seguiu com "Milagres do Povo", composição própria para uma minissérie baseada em romance do escritor.

O músico, também baiano, contou que participou com uma pergunta de uma entrevista do jornal Pasquim com Jorge Amado.

Caetano questionou sobre a verdadeira ligação do escritor com o candomblé.

E ele respondeu, de acordo com Caetano: "Não sei se feliz ou infelizmente, eu não acredito em nada. Diferentemente de Caymmi, eu não tenho absolutamente nenhuma religiosidade. Mas.. eu vi muitos milagres no candomblé".

A viúva Zélia Gattai, 91 anos, gravou um vídeo para a festa, no qual também compartilhou uma história ao lado de Jorge Amado, que morreu em 2001 aos 88 anos. A escritora contou como os personagens de Amado acabavam virando membros da família, como no caso de Dona Flor.

A filha dos dois, Paloma Amado, também aproveitou para ler o final do livro "Capitão de Longo Curso", que classificou como seu favorito por falar sobre sonhos.

"Meu pai me ensinou (...) que o sonhar é o bem mais precioso que o homem tem, que ninguém pode tomar, acabar com ele. Na pior das condições o homem ainda pode sonhar. E estar aqui hoje é conseguir chegar aqui à realidade do sonho", disse.

"Sonhamos sempre que a obra de papai tivesse o cuidado e o esmero que ela merecia."

trecho de matéria no UOL s/ a festona que a Companhia das Letras fez na terça-feira à noite aqui em Sampa p/ comemorar o lançamento da reedição da obra completa de Jorge Amado

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