Outro argumento para sustentar as práticas extra-bíblicas na Igreja se baseia no pragmatismo. Este termo “pragmatismo”, foi cunhado do vocábulo grego “pragma” que quer dizer: ato, coisa, evento, ocorrência, fato, matéria.
O pragmatismo ensina que conceitos, idéia e pensamentos só têm valor quando seguidos de conseqüências práticas. A respeito da verdade, o pragmatismo diz que somente as idéias que produzem resultados; ou seja, se funcionam, é porque são verdadeiras; em outras palavras, aquilo que funciona tem, por de trás, um princípio verdadeiro.
Este pensamento filosófico nasceu nos E.U.A, em meios do fim do séc. XIX para o séc. XX. Influenciou extremamente o ensino norte-americano, inclusive os seminários evangélicos. Os principais filósofos pragmáticos foram: Charles Sanders Peirce, William James, Royce, entre outros.
Levando a bandeira do pragmatismo, estão os pregadores da Batalha espiritual. Que invariavelmente, para respaldar suas idéias, selecionam experiências pessoais, e dizem basicamente: “se deu certo...então é de Deus.”
Vejamos o que diz Peter Wagner sobre isso:
“Sou um teórico, mas sou um daqueles que tendem por defender teorias que funcionam. Meu principal laboratório, onde submeto a teste essas teorias, tem sido a Argentina, pelo que o leitor lerá sobre muitos incidentes que ocorreram naquele país.”
Em outra ocasião, ele fala da seguinte forma: “Sou uma pessoa muito pragmática, no sentido de que as teorias que mais me atraem são aquelas que funcionam.”
Peter Wagner é representante do Movimento de Crescimento da Igreja, fundado por Donald MacGavran, em 1955. Em 1980 começou a interessar-se sobre as dimensões espirituais do crescimento eclesiástico. É professor e diretor de Escola de Missões Mundiais do Seminário de Fuller nos EUA e defende uma linha de pensamento sobre a batalha espiritual, a qual se tornou a mais popular no Brasil, tendo como colaboradora e propagadora de suas idéias a Dra Neuza Itioka.
A linha de pensamento defendida por Wagner surgiu na esteira do que ficou conhecido como a Terceira Onda do Espírito(1988), uma corrente carismática que prega o ressurgimento nas igrejas cristãs locais dos sinais e prodígios ocorridos no período apostólico.
Portanto pecebendo este pano de fundo histórico, entedemos a raiz do pensamento pragmático defendido atualmente do Ministério Ágape, o qual também considera a experiencia pessoal como fonte de informações divinas autorizadas.
Em um artigo chamado “Espíritos territoriais e missões mundiais” publicado em 1989, Wagner admite que seu conhecimento sobre “espíritos territoriais” baseia-se principalmente na sabedoria popular sobre o assunto. E ainda tenta um cálculo do número de demônios que existem, baseado nas informações de um ex-pai-de-santo da Nigéria, a quem Satanás teria supostamente designado autoridade sobre um determinado número de demônios que. por sua vez, tinham controle sobre outros tantos.
Ele também defende a existencia de “casas-mal-assombradas” com base na experiencia de Missionários em Serra Leoa. E assim Wagner passa a maior parte do seu artigo amontoando experiência após expêriencia em campos missionários, numa tentativa de demonstrar que suas idéias são verdadeiras porque aparemente “dão certo”.
Fica evidente que Wagner, assim como Itioka no Brasil, baseiam suas conclusões não em exegeses bíblicas, mas nas experiências aparentemente bem-sucedidas nos campos missionários e em gabinetes de aconselhamento como fonte autorizada de conhecimento.
O estabelecimento da legitimidade de uma prática extra-bíblica, pelos resultados que ela produz, é característica do pragmatismo norte americano; Algo nocivo que assalta a Igreja Brasileira sem que ela tome sequer consciência dessa corrente “fast-food” de pensamento enlatado norte americano que lamentavelmente determina suas práticas.
trecho de artigo de Mariel Marra no site Guerreiros da Luz.
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