João Henrique Carneiro é branco, de uma conservadora família de políticos de Feira de Santana (a 110 km da capital baiana) e fiel adepto da tradicional Igreja Batista da Graça, um bairro da cidade. Ele tem evangélicos de vários matizes entre os assessores mais próximos, mantém uma bíblia sobre a mesa do gabinete e costuma fazer pronunciamentos em tons emocionais, às vezes messiânicos.
Edvaldo Brito é negro, professor de Direito Constitucional e Tributário e ligado à religião de seus ancestrais, o candomblé. Freqüenta, com a esposa, o famoso Gantois e consagrou a cabeça ao orixá Ogum, entidade do ferro e das demandas, no terreiro de nação keto (que tem raízes iorubás nigerianas) de Mãe Bida, localizado na cidade de Muritiba, recôncavo baiano, onde nasceu há 70 anos.
João Henrique é candidato a reeleição à prefeitura de Salvador, pelo PMDB, e Edvaldo Brito, do PTB, é seu vice. O que poderia ser um belo exemplo da mistura étnica e religiosa da Bahia, está marcado por circunstâncias eleitorais e por fatos que antecederam a formação da chapa, em maio passado.
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fonte: O Estado de S.Paulo
colaboração: James H. Prado
25.6.08
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