1.6.08

A incompetência da América católica

O fato de ter sido proibido de circular pelas ditaduras de países como Uruguai e Chile, e de ter sido denunciado na Argentina como um ‘instrumento de corrupção da juventude’ já diz muito sobre a grandeza desse livro, que provém de sua ousadia em expor às claras os traços de uma realidade normalmente mascarada: as feridas expostas da América Latina.

Las Venas Abiertas de América Latina (em português: As Veias Abertas da América Latina) é a história sem fantasias, tal como não aprendemos na escola. Uma história de exploração, abusos, tristezas e injustiças, mas também de obstinação e resistência. Não se trata de mais um livro de história que olha para o passado, antes que convoca-o pelo presente, mira o agora, analisa-o, critica-o, expõe porquês em busca de mudanças.
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Também não é um livro mudo, sua voz é a dos silenciados pela história manipulada e fantasiada no tempo. No entanto, não é um livro revolucionário-retórico dirigido a leitores convencidos e acostumados a clichês “tão longes da revolução quanto a pornografia está longe do erotismo”, pelo contrário, é simples e claro, direto e facilmente compreensível, cheio de ilustrações cujo objetivo é deixar que os fatos falem por si. O autor, Eduardo Galeano, é um escritor uruguaio prolífico e original, que sabe fazer o leitor imergir na leitura ao apresentar suas lúcidas opiniões usando uma mescla de estilos como o ensaio, os relatos vitais e a ‘prosa poética’.

Achei-o fascinante, de muita importância para todos que de verdade se importam com o presente e o futuro da América Latina, e imprescindível para quem acredita que chegou o tempo de alçar as mangas e tornar real a mudança que precisa ser feita. E toda mudança começa na consciência.
Éverton Vidal, no blog Re-novidade!.

3 comentários:

Alysson Amorim disse...

Contava com meus quinze, dezesseis anos quando li "As veias..." Esqueci praticamente tudo; salvou-se dos golpes do tempo aquela tese central de Galeano, tão verdadeira quanto incrível: nossas riquezas são a razão primeira da nossa miséria. A partir de então, quando ouço um entusista se gabando de que encontramos um notável depósito de ouro negro aqui e que temos acolá uma biodiversidade ímpar, meu primeiro gesto é coçar a cabeça.

juberd2008 disse...

Esse livro é intenso e grandioso. Mostra como poucos, a exploração de séculos da América Latina. Li ele a primeira vez quando cursava a gradução em geografia. De fato, ele verte sangue. Mas, eu recomendo a leitura, depois não se verá o continente americano do mesmo modo.

Juber

Anônimo disse...

Oi Pava, só agora é que encontrei minha "resenha" em seu blog. Uma honra pra mim.

No mais, assino em baixo dos comentários do Alysson e do Juber.

Mudei o endereço do meu blog para www.renovidade.blogspot.com o banner do seu já está por lá.

Um forte abraço, e obrigado pelo excelente blog que é uma das minhas leituras blogais preferidas.

Inté!

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