Gostaria de saber o que é CLT Flex e quais são suas vantagens. – Celina
É a abreviação de “CLT Flexível”, expressão que não consta em lei alguma. É apenas uma interpretação – duvidosa – que algumas empresas fizeram do artigo da CLT que permite considerar como salário os gastos com alimentação, habitação, vestuário e outras despesas. Só que essa flexibilização está sendo feita de duas maneiras. Uma, defensável, é de incorporar esses gastos ao salário e recolher os encargos sobre o valor total. Outra, discutível, é o pagamento “por fora”. O funcionário é registrado por 60% do salário combinado, e o restante é reembolsado por meio de notas fiscais de combustíveis ou restaurantes. Assim, o funcionário perde em FGTS, 13º e férias, mas paga menos INSS e Imposto de Renda. Por seu lado, a empresa economiza nos encargos e ainda melhora a lucratividade porque os gastos são contabilizados como despesas, reduzindo o lucro tributável. O sistema dá a impressão de não infringir nenhum dispositivo legal, mas representa um risco trabalhista para a empresa, no caso de futuramente um funcionário demandar judicialmente a diferença referente aos encargos.
Sou formado em Direito e trabalho no setor administrativo. Recebi uma proposta até que razoável para mudar para a área comercial, iniciando como vendedor. Estou indeciso, porque isso nada tem a ver com o que estudei. – Décio
Apesar da fundamental importância da área comercial para qualquer empresa, não existe uma “Faculdade de Vendas” ou algo parecido. Esse é o setor “coração de mãe”, porque admite qualquer formação. Engenheiros, administradores, economistas, todos podem fazer sucesso na área comercial, que requer habilidade de relacionamento e capacidade de negociação. Portanto, “o que estudei” não é o fator que deve nortear sua decisão. “O que eu tenho competência para fazer” é que seria. Se fosse você, eu aceitaria. Primeiro, porque será uma experiência valiosa, mesmo que você se decida pelo Direito. Segundo, porque o mercado para advogados está saturado, e para vendedores não.
Em entrevistas, quando me perguntam sobre minha pretensão salarial, eu me enrolo todo. Sei quanto quero ganhar, mas prefiro não abrir o valor, por receio de que ele seja considerado muito alto ou muito baixo. Mas, quando eu digo que prefiro ouvir uma proposta, noto que o entrevistador não se mostra receptivo. – Almeida
Simplesmente diga o valor que você tem em mente, Almeida. A lei determina que uma empresa não pode pagar salários diferentes para a mesma função. Se o que você pedir estiver acima do que a empresa está pagando, o entrevistador perguntará se sua pretensão é negociável. Se estiver abaixo, a empresa será obrigada a contratá-lo pelo valor da função, e não pelo que você pediu.
Não encontro oportunidades em minha área. Pergunto se, considerando minha idade, valeria a pena investir num curso superior de Computação...
Parece até que três leitores combinaram perguntar a mesma coisa, mas eles moram em cidades diferentes. São um psicólogo (28 anos), uma fisioterapeuta (29 anos) e um advogado (27 anos) que não conseguiu passar no teste da OAB. Os três estão formados há mais de quatro anos. De fato, essas três áreas estão entre as que vêm oferecendo menores oportunidades, proporcionalmente ao número de formandos. Já os setores ligados à informática estão gerando empregos, e tudo indica que gerarão por mais dez anos, pelo menos. Portanto, a resposta é sim, vale a pena. Embora o novo curso seja de fato uma corrida contra o tempo, os três ainda terão mais 30 anos de carreira depois de se formar.
Max Gehringer, na revista Época.
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30.6.08
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