19.5.08

Max responde (17)

O que acontece depois que a gente envia um currículo através do site de uma empresa? Ele é lido por alguém? – Loriane

Se no site estiver escrito “envie seu currículo”, ele será lido e avaliado. E aqueles que se enquadrarem no perfil exigido pela empresa irão para um banco de dados. Esse perfil, que não está detalhado no site, inclui escolaridade e experiência, mas pode também contemplar outros fatores, como “residir perto do local de trabalho”. As boas empresas respondem, agradecendo o envio do currículo, sem mencionar se eles foram guardados ou descartados. Mas nada disso vale para os sites que têm a frase “fale conosco”. Esse é um canal para consumidores, e não para candidatos a emprego.

Minha empresa não tem programas de reconhecimento para quem completa um ano de casa. Isso gera falta de motivação... – Gil

Por mais absurda que sua questão possa parecer para muita gente, Gil, você tem razão. As empresas se acostumaram a premiar os empregados pelo tempo de casa, mas a partir dos dez anos. Essa prática funcionava bem no século passado, quando havia mais estabilidade no emprego. Atualmente, a rotatividade é tão alta que ficar três anos numa empresa já se tornou algo digno de registro. Um simples cartão, com um pequeno brinde, na data de aniversário de emprego, é um reconhecimento que custa quase nada, mas tem um impacto bastante positivo.

Temos uma nova presidenta (é assim que se diz?), bem jovem. É correto chamá-la pelo primeiro nome?

O termo presidenta é correto, embora seja pouco usado. E, dentro da empresa, é conveniente chamá-la de “senhora”. O tratamento respeitoso é devido ao cargo que ela ocupa, e não à idade ou à aparência dela. Se a presidenta quiser dispensar essa formalidade, ela mesma dirá. O mesmo caso se aplica a presidentes ou diretores homens. E a entrevistadores e entrevistadoras, mesmo que eles sejam mais jovens que os candidatos.

O que é melhor, ser efetivo ou ser PJ? – Marcelo

Um empregado efetivo tem férias, 13º, fundo de garantia e convênio de assistência médica. Um PJ só tem a remuneração mensal. A primeira alternativa parece melhor, mas acontece que PJ gosta de ser PJ. Ele se sente mais dono do próprio nariz, é pouco afeito às liturgias da hierarquia, e não precisa ficar explicando em entrevistas por que trocou de emprego. O PJ é o empreendedor da própria carreira, e é nessa direção que o mercado de trabalho está caminhando.

Tenho 28 anos. Se eu fizer uma faculdade de educação a distância (EAD) de dois anos, ela me colocaria em condições de igualdade com quem fez uma faculdade presencial de quatro anos? – Junior

Não, Junior. O EAD não é um atalho acadêmico. Eu vejo esses cursos como interessantes para profissionais já graduados, que não têm tempo para freqüentar outra faculdade, mas estão interessados em adquirir conhecimentos em outras áreas. Para mim, o EAD é um curso “além de”, e não “ao invés de”.

Já enviei mais de cem currículos... – Laís

Como você me mandou seu currículo, posso lhe assegurar que você dificilmente receberá algum retorno de empresas. Seu e-mail tem a palavra “gatinha”. Ótimo para o Orkut, mas não para um primeiro contato profissional.

Max Gehringer, na revista Época.

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