Dois bombons com recheio de licor podem ser o suficiente para que o motorista leve uma multa de R$ 955, sete pontos na carteira de habilitação e suspensão do direito de dirigir por um ano, de acordo com a nova lei que regulamenta os níveis de tolerância de álcool.
O teste, realizado em um bafômetro da Polícia Militar, foi feito imediatamente após o consumo dos doces -o que, segundo a PM, pode ter sido a causa de o equipamento ter acusado o alto teor (0,21 mg de álcool por litro de ar expelido).
Pela nova lei, a partir de 0,1 mg/l, o motorista está sujeito à multa e à suspensão da habilitação. Com mais de 0,3 mg/l, o condutor pode pegar detenção de até três anos.
A reportagem da Folha se submeteu ontem à tarde a testes de alcoolemia, após o consumo de substâncias alcoólicas, em bafômetros da PM, com a supervisão do capitão Denilson Storai, no Batalhão de Trânsito da capital.
Os bombons, recheados com licor de cereja, são dos mais vendidos pela Kopenhagen, segundo um vendedor. Foram ingeridos por uma repórter de 26 anos que consome bebidas alcoólicas esporadicamente.
O mesmo teste, feito 30 minutos depois do primeiro -e após o consumo de um quarto de uma lata de cerveja-, indicou 0,1 mg/l. Com mais 30 minutos, o bafômetro já não acusava consumo de álcool.
"Caso duvide do resultado, o motorista pode pedir para que o policial repita o teste após alguns minutos", diz Storai.
fonte: Folha de S.Paulo
Competentes ou incompetentes, governos são pródigos em criar cortinas de fumaça p/ transmitir a idéia de preocupação s/ questões relevantes. Como todos estão calvos de saber, vários problemas do Brasil não carecem da criação de novas leis. Bastaria cumprir as existentes.
Nem é preciso recorrer às estatísticas p/ verificar o potencial letal da combinação álcool + direção. Blitze freqüentes nos bairros que concentram muitos bares já diminuiria a costumeira sensação de impunidade. Pergunte aos jovens quantas vezes foram parados ao sair da balada.
Diversas reportagens já mostraram que motoristas de caminhão dirigem sob o efeito de estimulantes p/ suportar as jornadas longas. Assim, transformam-se em autênticos caminhões-bomba, provocando acidentes que abreviam a vida de uma pá de gente. Vão criar um "bafômetro" p/ detectar "rebites"?
Um pouquinho de sobriedade na hora de criar as leis, de preferência sem recorrer a esse tipo de comoção pública fugaz tb ajudaria bastante. Prontofalei.
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5 comentários:
isso significa que nosso próximo encontro no bar do Ton, apenas quando estiver morando nas redondezas, pois poderá voltar a pé para casa ? rss..
Num precisa esperar, Alex.
Tenho duas excelentes opções de "hotéis" 5 estrelas no pedaço que tenho utilizado regularmente. As proprietárias aparecem regularmente no meu ábum no Orkut. hehe
Big abraço
Eu já fui parada umas 5 vezes pela polícia. Em nenhuma das vezes estava alcoolizada... não me venham com essa de "fiscalizar jovens na madrugada" que pra mim não cola!
Cíntia querida,
Se fosse vc começaria a jogar na loteria... hehe
O papo c/ amigos nesta noite tb passou por esse tema. O lance dos bombons colocou o assunto em todas as pautas.
Mais uma vez, o comentário ouvido (e não contestado) foi "ninguém costuma parar mulheres em comandos". Como os machos da mesa tb nunca foram parados, ficamos na burrice da unanimidade. =]
bjos e aceite meu conselho de fazer uma fezinha. =]
PM vai colocar "espiões" em bares, diz major
Blitze com barreiras, uso de bafômetros e 130 policiais militares estarão espalhados em cinco pontos da cidade de São Paulo, principalmente onde há bares e concentração de jovens.
A operação começa hoje, às 20h, e se estenderá até domingo.
Policiais à paisana estarão em bares para saber se alguém que deixar o estabelecimento tentará pegar o carro.
Quem se recusar a fazer o teste de bafômetro ou o exame de sangue no IML será considerado embriagado, diz o major Ricardo Fernandes de Barros, 47, comandante interino do 34º Batalhão de Trânsito.
"Se se recusar a fazer [teste de] bafômetro e sangue, será autuado pelo artigo 165 do código, que é uso de bebida alcoólica. Com o simples fato de ele se negar, receberá infração. Estará subentendido que bebeu e terá de pagar multa de R$ 955."
Leia abaixo trechos da entrevista que ele concedeu.
FOLHA - A PM vai realizar blitze com bloqueios para aplicar a lei?
RICARDO FERNANDES DE BARROS - Em alguns bares de happy hour. Nós fizemos um mapeamento e vamos aproveitar e fazer uma blitze das 20h às 5h.
FOLHA - Como serão os bloqueios?
BARROS - Estou fechando o planejamento. Em média, serão cinco pontos de bloqueio.
FOLHA - Nas estradas também?
BARROS - Não. Tudo dentro da cidade de São Paulo. Vamos fazer os bloqueios perto de baladas e aglomeração de jovens.
FOLHA - A Folha publicou que o bafômetro detecta até bombom de licor. Qual a orientação para o cidadão que for pego pelo bafômetro porque ingeriu bombom?
BARROS - Vai ser difícil, mas tem uma tolerância. Chega até 0,1 miligrama [de álcool/litro de ar], mas no momento em que a pessoa comeu. Quer dizer, a pessoa vai estar praticamente com o papel na mão que comeu. Depois de um tempo, ele já praticamente desaparece.
FOLHA - Anti-sépticos bucais à base de álcool podem ser detectados?
BARROS - Sim, sim, sim! É como eu falei: é na hora em que a pessoa usou. Por isso existe uma toleranciazinha de até 0,1 miligrama.
FOLHA - Qual a orientação dada ao PM em relação a pessoas que alegarem que consumiram bombons ou fizeram bochecho com anti-séptico?
BARROS - Isso aí não chega a atingir não, viu? Tem que ser uma quantidade boa. O bochecho -por exemplo, com Listerine- tem que ser praticamente imediato ali. Ele [tem] estar bochechando com Listerine e soprar o bafômetro. Por isso que os pontos onde nós usamos os bafômetros são pontos em que não vamos encontrar esse tipo de gente. Vamos encontrar pessoas que realmente saem dos bares.
FOLHA - E se a pessoa justificar que comeu um bombom com licor?
BARROS - Pois é, o cara está na Vila Olímpia, saiu dos barzinhos e vai falar que estava escovando os dentes com Listerine?
FOLHA - Vocês vão utilizar policiais à paisana para observar se a pessoa que bebeu no bar entrou no carro?
BARROS - Isso é comum fazermos, sim. Faz parte de nosso planejamento estratégico.
FOLHA - Onde serão os pontos?
BARROS - [Praça] Silvio Romero [no Tatuapé], Vila Olímpia, Vila Madalena, o centro da cidade e outros. Como serão vários pontos, faremos em um e, depois, em outros.
fonte: Folha de S.Paulo
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