Auto-boicote

Ele não queria ter algo que muitos querem: atenção. Ele queria fazer coisas belas e sinceras, mas apenas para si mesmo. Dentro do coração o paradoxo de querer fazer, mas não querer atenção sobre o feito o deixava travado, totalmente. O impedia de avançar, de ousar, de criar. Fiquei me questinando, o que ele deveria fazer? Por que as concepções dos outros sobre ele mesmo e seus derivados o incomodavam tanto? Ele sempre foi assim. Desde criança não gostava que sua mãe mostrasse seus trabalhos, desenhos e rabiscos para outras pessoas e se isso acontecia, chorava até conseguir ficar só. Ele não é competitivo e não tem sede de ganhar. Isso seria uma forma de auto-boicote ou apenas insegurança excessiva? Ainda não consegui decifrar seu enigma, ele me parece muito estranho. O que vocês acham?

Rachel Dias, no blog Fluorescente.