7.7.08

Max responde (21)

Fui promovida a coordenadora de uma seção com 12 funcionários. Como essa é minha primeira experiência como líder, procurei dar a meus subordinados o mesmo tratamento que eu sempre quis ter. Deixo as portas abertas, ouço todas as queixas e até me disponho a ajudar em casos de problemas pessoais. Conclusão: ninguém me respeita. O que eu fiz de errado? – Roberta

Ao ser promovida, você recebeu uma delegação da empresa para liderar um grupo e obter os resultados esperados. Esse é seu primeiro objetivo, e é isso que seus subordinados precisam entender. Se eles não entenderam, você precisa ser firme e exigente, inclusive aplicando punições, se for o caso. Você não é a amiga numa posição de liderança. Você é a líder que até pode ser amiga, desde que ninguém confunda as duas coisas.

Minha gerente me elogia muito na frente de meus colegas, o que já começou a me causar problemas. Alguns se afastaram de mim, outros fazem piadinhas sobre protecionismo. Como devo agir? – Celina

Você não deve pedir a sua gerente que pare de elogiar você, se tais cumprimentos forem merecidos. Isolar-se também não é recomendável, porque um dia você talvez possa vir a ser considerada para uma promoção, e ter a oposição dos futuros subordinados pode barrar essa oportunidade. Você deve demonstrar a seus colegas (oferecendo ajuda, participando das conversas e aceitando as piadas numa boa) que está no mesmo patamar deles, não importa o que sua gerente diga.

Minha empresa promove reuniões de trabalho após o expediente. Segundo a empresa, a participação é voluntária, mas quem não comparece é obrigado a responder a perguntas do chefe sobre o motivo da ausência, além de ouvir um sermão sobre falta de comprometimento. Isso está certo? – Júlia

Não. Isso é hora extra. Participação voluntária significa aceitar ou não o convite, não sofrer nenhum tipo de pressão para aceitar, ou qualquer repreensão caso não aceite.

Estou no 1º ano de Relações Internacionais. Amigos me dizem que, se eu cursasse Administração, poderia ter mais oportunidades de estágios ou empregos. É verdade? – Márcio

Sim. Existem cursos restritivos (por exemplo, dentista só pode ser dentista) e cursos de maior amplitude profissional (administradores podem desempenhar dezenas de funções em empresas). Relações Internacionais não é totalmente restritivo, mas não oferece um grande leque de oportunidades. De qualquer forma, você não está no curso errado. Apenas dependerá bastante de um bom networking para conseguir um estágio ou um emprego.

Estou no 2º ano de Economia e detesto o curso. Só continuo por pressão familiar. Quero seguir uma carreira em artes plásticas. Como digo isso para meu pai? – Leonardo

Imagino que não haja nenhum artista plástico na família, e que seu pai teve e tem empregos estáveis. Logo, ou ele não entende sua vocação ou está em dúvida quanto a seu talento. A pressão é para que você, daqui a alguns anos, não se veja na pior das situações: sem ter decolado como artista e sem possuir uma formação que lhe permita conseguir um emprego decente. Mas, se pessoas do ramo artístico já lhe disseram que você tem talento, peça a elas para conversar com seu pai. Opiniões de especialistas costumam influir muito nas decisões paternas.

Max Gehringer, na revista Época.

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