13.9.08

Colker nota 10

A partir desta sexta-feira (12) o teatro Alfa, em São Paulo, recebe o mais recente espetáculo da Cia. Deborah Colker, "Cruel", que tem como principal característica a relação da dança com a dramaturgia.

Em 'Cruel' um ato não existe sem o outro, um monte de histórias vão sendo sugeridas para a platéia", conta a coreógrafa, que pela primeira vez, no nono espetáculo montado pela companhia, não atua como bailarina.

A base para "Cruel", afirma Colker, surgiu com "Nó", espetáculo de 2005 do grupo. "Em 'Nó' eu sugeria um assunto, que era o desejo, a condição humana. Mas tinha a crueldade do desejo para perseguir ainda, a crueldade do amor, das coisas fascinantes da vida", explica Deborah, que apesar da teatralidade explícita reitera que "Cruel" é um espetáculo de dança. "Não é narrativo, nem documental, nem jornalístico", diz.

Concebido em dois anos, "Cruel" teve auxílio do diretor teatral Gilberto Gawronski. "Quando eu percebi que queria que cada bailarino interpretasse sua história, pensei que precisava de alguém para trabalhar a teatralidade, para que a teatralidade favorecesse a dança", conta Colker.

"Cruel" tem início em uma espécie de baile, com casais dançando ao redor de um grande lustre branco redondo. A partir desse momento se desenrolam ações em clima mais enérgico que o do começo, como uma perseguição ao redor de uma comprida mesa retangular, uma bailarina sobre a mesa manuseando facas e um intenso jogo de movimentos ao redor de espelhos. Participam do espetáculo 17 bailarinos.

Além de Gawronski, acompanham Colker em "Cruel" Gringo Cardia, que assina direção de arte e cenografia; Jorginho de Carvalho, responsável pela iluminação; Berna Ceppas, pela música; e o estilista Samuel Cirnansck, que criou figurino exclusivo para cada bailarino.

Antes de estrear em São Paulo, "Cruel" havia passado pelo Festival de Teatro de Curitiba, pelo interior de São Paulo, pelo Rio de Janeiro e por capitais do Nordeste.

Para Deborah, esse espetáculo é sua melhor direção porque ela "está de fora". "Apesar de estar de fora ter sido muito cruel pra mim", admite.

A temporada no teatro Alfa vai de 12 a 21 de setembro. Em 2009, quando a coreógrafa dirige uma montagem da trupe canadense do Cirque du Soleil - com previsão de estréia para abril --, "Cruel" faz turnê internacional junto a outro espetáculo do grupo, "4 por 4".

fonte: UOL

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