18.10.08

Suicídio de Van Gogh

Os corvos eram bandeiras
nos mastros da manhã
Um céu vivo, azul
sem desespero

Já devíamos desconfiar
por não haver um fio de água
e o rio ser uma seara
de trigo
no caudal do vento

Devíamos lembrar Van Gogh
muitas tardes com olhos sozinhos
diante da linha irregular
do céu e da planície rasa.

João Tomaz Parreira, no Cronópios.

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