3.11.08

Da "era da atenção" para a "era da atração"

É possível imaginar que somente agora estamos pensando em ações onde o mais importante é atrair nosso usuário, ao invés de chamar sua atenção? Desde quando os pop-ups não polvilhavam mais as homes dos portais, já não podíamos considerá-la a era da atração?

Começamos a discutir a entrada desta nova era, chamada também de “economia da atração”, que são aquelas ações voltadas aos usuários, provocando sua interação com a peça ou com a campanha. No meu ponto de vista passamos há algum tempo esta época, assim como saímos há um bom tempo da época da atenção, onde as campanhas eram lindas, chamativas e os usuários fechavam as peças sem muita consciência, já que não podiam interagir, opinar ou participar com ela. Isso é o que define a era da atração; portanto já a praticamos há um bom tempo.

Claro que aí não falo de empresas que entraram agora no mundo online, a criar e pensar nesta "nova mídia do futuro", como ainda ouço com a maior freqüência, mas falo das empresas, como a LOV, que tem este pensamento nato nos profissionais, que nem são assim tão novos; pois já viviam e trabalhavam – sim na web mesmo – nesta época e hoje em dia estão aproveitando e aplicando todo o know-how adquirido para pensar e agir de forma surpreendente.

Quando analisamos algumas informações, percebemos que os usuários mudaram, amadureceram e que eles não querem mais somente ser atraídos por uma campanha, site ou peça, mas sim colaborar, se entreter e opinar sobre tudo. Esperam que o escutem e preencham suas expectativas sobre um produto ou serviço, que lhe ofereçam muito mais, além daquilo que ele já esperava e do que estava pronto para não esperar. É o que denomino "a era da expectativa".

Esta economia é caracterizada pela vivência e experiência embasada de consumidores do Canadá à Coréia do Sul, onde possuem uma longa lista de expectativas nas quais eles as aplicam a cada coisa boa, que preste um serviço ou proporcione uma experiência. Estes novos usuários foram treinados por anos de hiperconsumismo, são descolados, estão por dentro das tendências mundiais, possuem variada fonte de informação e são muito seletivos no que acreditam e espalham. Resumindo, eles têm um padrão de qualidade alto e consomem somente aquilo que é o "best of the best".

O sucesso da web 2.0 está aí: ela possibilita o compartilhamento de conteúdo próprio, tanto que no mundo são 420 milhões de consumidores, que se dedicam a blogs, wikis, comunidades de relacionamento como Orkut, MySpace, Linkedin, YouTube, Flickr e ferramentas como podcasting, videocasting e widgets.

Entre 2003 e 2006, o número de usuários com menos de 18 anos que possuem blogs, sites ou publicam fotos na internet cresceu de 6,2% para 21,1%, com 55% afirmando que suas comunidades virtuais são tão importantes quanto os relacionamentos reais, segundo pesquisa realizada em dez/07 por Jeff Cole, PHD pela Universidade da Califórnia e também um dos palestrantes do MSN Digital Day, no Brasil.

Agora que entendemos seu comportamento e suas expectativas e exigências, devemos mudar nossa forma de agir, para conquistá-los. Não acham?

Cris Rother, no Propaganda & Marketing.

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