Sou diretora de RH e estou preparando o plano estratégico de minha área. Gostaria de saber quais as questões mais freqüentes que você recebe. – S.M.I.
Boa pergunta. Para quem já está trabalhando, o principal tema é “insatisfação” com (1) a função, (2) o salário, (3) o chefe, (4) a empresa e (5) um ou mais colegas. Para quem não está, o tema é “dúvida” com (1) o curso que pretende fazer, (2) o curso que está fazendo, (3) o comportamento em entrevistas, (4) a preparação do currículo e (5) aquela sensação de “estou perdido e sem rumo”. De cada dez consultas, oito envolvem uma dessas questões.
Quero ser consultor. Por onde devo começar? – C.L.
Trabalhando para uma consultoria. De preferência, de pequeno porte. É a melhor maneira de aprender como prospectar clientes, como preparar projetos, quanto cobrar por hora e vários outros detalhes que só se adquire por meio da experiência prática. Em um ano, você terá informações suficientes para decidir se quer, mesmo, ser consultor. Evidentemente, além do desejo e do entusiasmo, você precisa ter um sólido conhecimento técnico da área em que pretende atuar.
O ramo da moda é promissor? – P.R.
Sempre foi e sempre será. Mas tudo depende de seu talento e de sua ambição. Se você pretende se tornar um estilista, o caminho será extremamente árduo, porque vai requerer muito investimento e bons contatos para ingressar num círculo bastante restrito. Agora, se você pretende iniciar sua carreira no setor operacional de uma confecção, sem o objetivo de criar, um curso de tecnólogo em vestuário lhe dará condições para pleitear uma vaga e dar os primeiros passos na carreira.
Depois de trabalhar quatro anos em uma empresa, troquei de emprego porque achava o ambiente insuportável. Agora, após apenas três meses nesta nova empresa, descobri que a anterior não era tão ruim assim, porque a atual é péssima em todos os sentidos. Devo me humilhar e pedir para voltar? – M.R.
Tudo na vida é uma questão de referência. Quem está em uma empresa, mas não tem meios práticos para compará-la com outras, tende a ampliar os aspectos negativos dela e a enxergar os fatores positivos como “obrigação”. Uma mudança sempre provoca um choque de realidade e coloca as coisas na perspectiva correta. Creio que a palavra certa no seu caso não seria “humilhação”, e sim “reavaliação”. Sem dúvida, você deve tentar voltar, porque passará a ver o ambiente anterior com outros olhos.
Estou há cinco anos nos Estados Unidos, trabalhando legalmente, mas executando tarefas não condizentes com minha formação (sou bacharel em Direito, e minha função é de motorista). Quero regressar ao Brasil, mas não sei como serei avaliado pelas empresas. – T.O.B.
Certamente, como motorista. Essa é a sua real especialização prática. Você encontraria por aqui oportunidades em empresas de transporte de executivos, que necessitam de motoristas com fluência em inglês. Mas, lamento dizer, as chances de você ser admitido de imediato em uma área ligada ao Direito são praticamente nulas. Sua história, porém, poderá servir de exemplo para jovens que estejam pensando em sair do Brasil com a impressão de que passar um período no exterior, fazendo qualquer coisa, melhora o currículo. Na quase totalidade dos casos isso não ocorre, e ainda cria um perigoso hiato na carreira.
Max Gehringer, na revista Época.
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3.11.08
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