Que força pôde, adstrícia a embriões informes.
Tua garganta estúpida arrancar
Do segredo da célula ovular
Para latir nas solidões enormes?!
Esta obnóxia inconsciência, em que tu dormes,
Suficientíssima é para provar
A incógnita alma, avoenga e elementar
Dos teus antepassados vermiformes.
Cão!- Alma de inferior rapsodo errante!
Resigna-a, ampara-a, arrima-a, afaga-a, acode-a
A escala dos latidos ancestrais...
E irás assim, pelos séculos, adiante,
Latindo a esquisitíssima prosódia
Da angústia hereditária dos teus pais!
Augusto dos Anjos
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6.12.08
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2 comentários:
Ovular...
angustiante, tenho que ler com muita calma.
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