A área em questão - o lóbulo parietal direito - é onde as pessoas definem quem são elas. É a região, por exemplo, onde o cérebro processa as preferências e gostos pessoais, reconhecem as habilidades e os interesses amorosos da pessoa.
O estudo sugere que são justamente as pessoas que têm essa região menos ativa, com menos "definidores próprios", as mais suscetíveis a levar vidas espiritualizadas.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores testaram pacientes com essas áreas afetadas e compararam com estudos anteriores que mostram as especialidades de cada região do cérebro.
Eles notaram que, entre as 26 pessoas analisadas, as mais espirituais apresentavam um lóbulo parietal direito menos funcional. Este estado físico indicaria menos foco pessoal e menos autoconhecimento.
Abnegação
A descoberta sugere que uma das principais características da experiência espiritual é a abnegação, um comportamento antiegoísta, diz Johnstone.
Quanto à idéia disseminada por vários outros estudos que ligam a espiritualidade à saúde mental e física, Johnstone aponta um paradoxo. Ele afirma que esses benefícios podem ser provenientes de uma preocupação maior da pessoa com o outro do que em si mesma. Isso seria uma conseqüência natural da diminuição na atividade de autodefinição da pessoa.
O estudo ainda aponta que o maior silenciamento dos "definidores próprios" são mais comuns nos estados mais profundos de meditação ou oração. Johnstone diz que é quando as pessoas descrevem sentimentos de desligamento de todo o Universo.
"Se você observar a Torá, o Velho Testamento, o Novo Testamento, o Corão, uma porção de textos sufistas, textos budistas e textos hindus, todos eles falam sobre abnegação", disse o neurocientista.
fonte: Folha Online
Um comentário:
Não é o q acontece com os anarquistas cristãos, por exemplo. Neles a parte direita do lobo frontal funciona intensa e perfeitamente, mesmo quando em profundo êxtase espiritual. Eis um grande paradoxo. :D
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